Em boa análise no NYT de hoje, o colunista David Leonhardt (aqui, em inglês) mostra, na capa do caderno de Negócios, que as diferenças nas plataformas de governo entre os três principais candidatos do Partido Democrata à presidência dos EUA vão além do tema que mais vem interessando a mídia - seus ataques mais (no caso de Edwards e Hillary) ou menos (no caso de Obama) radicais aos planos de Saúde provados, uma das vergonhas nacionais.
Clinton - Sua filosofia econômica é a mais tradicionalmente (neo)liberal. Defende com brio o corte de taxas, embora tenha se rendido ao ideário (neo)conservador de que o indivíduo invariavelmente responde de modo racional aos incentivos econômicos. Um de seus projetos mais conhecidos é o de incentivo para a poupança, apostando que a classe média, subsidiada, voltará a considerar com carinho os fundos de aposentadoria a longo prazo.
Obama - É o mais próximo da chamada 'economia de comportamento', uma variante da escola liberal clássica que leva em conta os humores dos cidadãos quando estes se deparam com grandes programas ou medidas econômicas. Quiçá o economista mais importante em sua campanha hoje, Austan Goolsbee, da Universidade de Chicago, lembra que, para o senador negro, iniciativas que parecem boas no papel nem sempre funcionam na vida real. Para Obama, o atachamento da classe média nos EUA é causado pela diminuição da oferta de postos de trabalho e pelo aumento do custo da energia, educação e saúde, e não será resolvido pela diminuição de impostos, como defende a campanha Clinton.
Edwards - Está à esquerda de Hillary e de Obama e defende uma maior presença do Estado com o objetivo de fortalecer a combalida classe média norte-americana. Sugere uma série de medidas econômicas heterodoxas para atacar a crescente desigualdade social. Uma de suas principais bandeiras é a obrigatoriedade de cobertura de saúde - com incentivos públicos para trabalhadores e empregadores - nos 50 estados do país.
quarta-feira, janeiro 02, 2008
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