sábado, março 17, 2007

Manchetes de Sábado

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a bela figura de Valerie Plame Wilson, a ex-agente secreta da CIA queimada pela Casa Branca logo no início da batalha travada entre críticos da invasão do Iraque e defensores da trama das 'armas de destruição em massa' que Saddam Hussein teria estocado em Bagdá. Ela foi o destaque dos principais jornalões do país neste sábado. Como se sabe, as tais armas nunca apareceram, mas dona Valerie perdeu o emprego. É um destes raríssimos casos em que espião vai parar nas primeiras páginas do jornal. Com permanente no cabelo e tudo:




- WASHINGTON POST: A ex-agente da CIA Valerie Plame diz em depoimento no Congresso que om governo Bush não teve a menor preocupação em revelar sua identidade quando das primeiras críticas à invasão do Iraque

- L.A. TIMES: No Congresso, é a hora de Valerie Plame falar tudo o que sabe (ela acusa a Casa Branca de desrespeitar a CIA e não dar a mínima atenção a seu status de agente secreta)

- N.Y. TIMES: Irã quer aumentar sua presença na economia iraquiana

- SAN FRANCISCO CHRONICLE: Veteranos da invasão do Iraque vivem nova batalha - como conseguir plano de saúde e ajuda do governo para tratamento de traumas de guerra.

ENTREVISTA/Angelina Jolie & Robert DeNiro - O Bom pastor


A Contigo! que chegou hoje nas bancas brasileiras trouxe entrevistas minhas (e texto da querida Márcia Pereira, de S.Paulo) com seu Robert De Niro e dona Angelina Jolie, respectivamente o diretor e a estrela de O Bom Pastor, filme que estréia este fim de semana nas telonas cariocas e paulistanas.

O Bom Pastor

Eduardo Graça, de Nova York, para a Contigo!

Durante a Segunda Guerra, Edward Wilson (um ótimo Matt Damon) é recrutado pelo general Bill Sullivan (Robert De Niro) para trabalhar na nascente agência americana de inteligência, a CIA. Ao aceitar, deixa em segundo plano seu casamento com Clover (Angelina Jolie). Marido e mulher brigam por tudo e rompem de vez quando o filho decide seguir os passos do pai ausente. A câmera segue a trajetória da família por mais de 35 anos, durante quase três horas de bela fotografia e pouca ação. Leve lanchinho e café - já que pode dar sono.

ENTREVISTA/Robert De Niro



Famoso por dar entrevistas a jato, recheadas de respostas curtas, De Niro até que estava em um de seus bons dias na suíte do Hotel Waldorf-Astoria, no qual falou do
amigo Martin Scorsese, 64, e de sua vontade de dirigir uma seqüência de O Bom Pastor. A seguir, o ator/diretor revela-se, só mais um pouquinho.


Essa é sua terceira experiência na direção. A primeira foi 13 anos atrás...

Nossa, faz tempo! Mas o que me fascinou em O Bom Pastor foi mergulhar no mundo da inteligência secreta, da espionagem. É um assunto fascinante para uma história, um filme. Eu até estava trabalhando em um outro projeto, sobre sociedades secretas, quando esse roteiro chegou a mim. Mas, para me dedicar a ele, fiz um acordo.

Um pacto? Mais sociedade secreta impossível...
Pois é. Disse ao roteirista, Eric Roth, que, se eu concordasse em dirigir o filme, ele escreveria o roteiro para a segunda parte da saga. Sabia que O Bom Pastor estava na lista de uma famosa revista de cinema como um dos dez roteiros jamais produzidos? Acho que ele nunca saiu do papel porque as pessoas o consideravam um projeto caro e ambicioso. Deu mesmo um trabalhão. Cortei várias cenas que se passariam no Irã e no Oriente Médio, por exemplo.

Você volta, nesse filme, a trabalhar com Francis Ford Coppola (produtor do longa), que o dirigiu em O Poderoso Chefão II (1974) e lhe rendeu um Oscar. Diria que há semelhanças entre os filmes de máfia dele e O Bom Pastor?
Há, sim, uma semelhança entre a CIA e a máfia no sentido do culto ao segredo. São organizações profundamente fechadas. Mas nada além disso, né? (Pisca olho, rindo.) A saga familiar do agente Edward Wilson, retratada em O Bom Pastor, também é um ponto de interseção com os filmes de Coppola.

O senhor é muito amigo do diretor Martin Scorsese. Mostrou o filme a ele?
Marty viu o filme algumas vezes antes de ficar pronto. Queria ouvir o que ele tinha a dizer sobre as versões do longa.

Quando as pessoas o abordam nas ruas elas saem recitando frases famosas de seus filmes?
Sim e ainda bem! E também dão opinião sobre o que acham melhor ou pior nos meus papéis (risos).

Acha que agora vai acontecer o mesmo com você atuando por trás das câmeras? Vai haver um novo filme do diretor De Niro logo?

Ah, não sei. Adoro atuar. Mas, como disse antes, quero muito fazer a continuação de O Bom Pastor. Como ator você pode se concentrar no seu personagem, mas dirigir significa pensar em cada aspecto do filme. Por outro lado, você tem um poder de decisão muito maior, inclusive na hora de editar as cenas. Mas não acho, por exemplo, que um diretor que não atua, como o Marty, é menos respeitoso com os atores. No caso dele, por exemplo, é rigorosamente o oposto: tem um respeito quase religioso por nós, que se reflete em seus filmes. Outro dia lhe disse que minha admiração por ele aumentou ainda mais depois que dirigi O Bom Pastor e tive a noção do desafio que é dirigir um filme desse tamanho.

E sua relação com a Angelina? É a primeira vez que trabalharam juntos...
Mandei-lhe o roteiro porque simplesmente a adoro ver em cena. Mas acho, humildemente, que ela nunca fez algo tão intenso, tão brilhante, quanto a Clover de O Bom Pastor. Ela superou minhas expectativas, com certeza.


Entrevista/Angelina Jolie




Sua personagem em O Bom Pastor exibe frases curtas, imensos silêncios e um trabalho corporal delicado. É uma interpretação minimalista. Foi proposital?
Sim, foi! Como Bob (De Niro) queria fazer algo fiel aos anos 40 e 50 e à camada de mistério que a criação da CIA exigia, todos no set tínhamos de nos preocupar em fazer gestos de gente fina. Por exemplo, mover as mãos assim (levando-a até o queixo, bem devagar), mais graciosamente. Finalmente aprendi como se usa um guardanapo à mesa (risos). As mulheres dessa época eram especialmente reprimidas...

Isso parece perturbá-la...

Bem, foi um senhor desafio para mim encarnar uma mulher submissa (risos). É totalmente contra meus instintos mais naturais, digamos assim (mais risos). Quando eu e Matt (Damon) tivemos uma cena em que ele grita comigo e me empurra, é especialmente bruto. A gente teve de se segurar para não cair na gargalhada. Só nós dois sabíamos porque estávamos com aquela cara engraçada. É que estávamos com os papéis trocados: ele sendo tão malvado e eu tão cândida (risos)!

Levou essas lições aprendidas no set para o seu dia-a-dia?

Ah, sim! Menos os valores profundamente hipócritas da América do pós-guerra e mais um certo culto à elegância, que se perdeu no meio do caminho. Certos gestos especialmente delicados vou tentar levar comigo, juro (risos)! Mas, ao mesmo tempo, Clover, minha personagem, era uma mulher especialmente carente, que, por exemplo, fica bêbada na frente do filho, coisa imperdoável para mim. Também jamais fumaria na frente de meus filhos.

Você terminou O Bom Pastor e fez, na seqüência, a viúva do jornalista americano Daniel Pearl, em outro thriller político. Foi coincidência?

Mas aí você também pode pensar que é coincidência eu continuar lidando com espionagem, como em Sr. & Sra. Smith. A verdade é que estou amadurecendo e, cada vez mais, interessada em filmes que tenham algum tipo de mensagem política. E, hoje, os grandes estúdios sabem que eu simplesmente me recuso a passar sete meses filmando longe de meus filhos. Então, não dá mais para fazer um filme de ação.

Como resolve esta charada: carreira X crianças?

Não tem charada. Ficarei mais em casa mesmo. Eu e Brad decidimos que vamos nos alternar: quando um estiver filmando, o outro necessariamente estará com as crianças, em casa. E temos um pacto: decidimos quem vai trabalhar a partir do grau de paixão despertado por cada projeto. Mas lhe garanto que os dois pensam que o felizardo é aquele que ficará com os meninos.

Seu personagem, no filme, lida com sentimentos de vingança em relação ao ex-marido. Você se vê nesse papel na vida real?
De jeito nenhum (risos)! Sou amiga de meus dois ex (Jonny Lee Miller, 34, com quem foi casada de 1996 a 1999, e Billy Bob Thornton, 51, casada de 2000 a 2003). E, quando nos separamos, o fizemos porque entendemos que era o melhor para o crescimento de cada um. Foi justamente para não entrarmos em um relacionamento doentio, especialmente quando crianças estão envolvidas.

Você é um dos rostos mais conhecidos do mundo. Há algum lugar em que não a reconhecem?
(Rindo muito.) Mas é claro que sim! Por exemplo, eu acabo de passar alguns dias em Springfield, uma cidadezinha do estado do Missouri, onde vive toda a família do Brad, e ninguém me reconheceu, lá. Eu juro (risos)!

sexta-feira, março 16, 2007

Manchetes de Sexta-Feira

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do NYT, com a imagem dos militantes encapuzados de uma nova organização fundamentalista islâmica, Fatah al Islam, comandada pelo palestino Shakir al-Abssi, que promete novos ataques aos EUA:




- N.Y. TIMES: Em um campo de treinamento no Líbano, a nova face da jihad promete novos ataques aos EUA

- WASHINGTON POST: EUA e Sadr - tumultuada cooperação (líder radical dos shiitas visto como fundamental para o sucesso da estratégia de Washington no Iraque)

- NY DAILY NEWS: A Sangue Frio: videotape mostra como os dois policiais foram mortos pelo atirador do Village

- L.A. TIMES: Antecipação das Primárias na Califórnia dão ao estado mais força na escolha do novo presidente no ano que vem

TIME/Como a Direita Se Equivocou



A capa da Time que acaba de chegar às bancas traz uma foto de Ronald Reagan, o maior ícone do conservadorismo americano da segunda metade do século XX, derramando uma lágrima pela direita. E pergunta: "O que ele faria? E por que os candidatos republicanos à presidência precisam recuperar a herança de Reagan". Neste exato momento os dois candidatos republicanos mais fortes - Rudolph Giuliani (ex-prefeito de Nova Iorque, um social-liberal) e o senador John McCain (defensor ferrenho da invasão do Iraque) - não entusiasmam nem o braço conservador nem o libertário (que prega o individualismo e tem horror à idéia de Estado) do partido. A reportagem, de Karen Tumulty, pode ser lida, infelizmente apenas em inglês, aqui.

quinta-feira, março 15, 2007

Manchetes de Quinta-Feira

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do Los Angeles Times, que, como os outros grandes jornais do país, trataram da confissão daquele que há tempos é apontado pelo governo norte-americano como a mente por detrás dos ataques de 11 de Setembro. Enquanto o N.Y.Times destaca o fato de Khalid Mohammed estar confinado na prisão militar de Guantánamo e de que ele teria assumido a autoria de outros 30 ataques, o L.A. Times reforça o paralelo estabelecido pelo prisioneiro entre os fundamentalistas islâmicos e os revolucionários que criaram os EUA em 1776:



- L.A. TIMES: Khalid Shaikh Mohammed confessa a militares em Guantánamo ter planejado o atentado de 11 de Setembro (Em seu depoimento ele compara a Al-Qaeda aos que lutaram na Guerra da Independência dos EUA no século XVIII)

- N.Y. TIMES: Transcrições de depoimento
do suspeito de planejar os ataques de 11 de Setembro: Khalid Shaikh Mohammed confessa autoria do atentado terrorista a uma auditoria militar na base de Guantánamo, em Cuba.

- WASHINGTON POST: Principal suspeito de arquitetar os atentados de 11 de Setembro confessa em Guantánamo

- USA TODAY: Prisioneiro confessa em Guantánamo ter sido a mente por detrás dos atentados de 11 de Setembro (Transcrição do depoimento de Khalid Sheikh Mohammed aos militares mostra que ele bolou de A a Z a destruição das torres gêmeas do WTC)

- NY DAILY NEWS: Massacre no Village: Atirador mata bartender e dois policiais até ser morto pela polícia.

quarta-feira, março 14, 2007

Manchetes de Quarta-Feira

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do Washington Post, que, assim como o L.A. Times e o N.Y. Times, dá destaque ao escândalo envolvendo o advogado-geral da União, Alberto Gonzales.

Doutor Gonzales, que durante anos foi o advogado particular do presidente Bush, teria comandado as pressões da Casa Branca para a demissão de vários procuradores federais em todo o país. Estes estariam incomodando o governo ao investigar políticos ligados ao Partido Republicano. Os senadores Charles Schummer e Hillary Clinton, democratas de Nova Iorque, exigiram, do Capitólio, a renúncia de Gonzales, o primeiro hispânico a ocupar o cargo na história dos EUA:



- N.Y. TIMES: Gonzales admite que 'erros foram cometidos nas demissões dos procuradores federais'

- WASHINGTON POST: Gonzales: 'Cometemos Alguns Erros' (Casa Branca acha complicada a situação do advogado-geral da União)

- L.A. TIMES: Pressão Total no advogad-geral Gonzales (e-mails mostram detalhadamente a pressão que os procuradores federais sofreram da Casa Branca)

- USA TODAY: John Edwards poderá vencer com uma mensagem 'nós contra eles'? (o desafio da mensagem populista do democrata)

- NY DAILY NEWS: Policial alvejado em tiroteio no Harlem

terça-feira, março 13, 2007

Manchetes de Terça-Feira

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do NY Daily News, com o emocionado enterro das 8 vítimas do incêndio da semana passada no Bronx:





- NY DAILY NEWS: 'Rezemos para que isso não aconteça novamente', diz o prefeito Bloomberg no funeral das vítimas do fogo no Bronx.

- N.Y. TIMES: Demissão dos Procuradores foi planejada na Casa Branca

- WASHINGTON POST: Demissões de Procuradores teve origem na Casa Branca

- L.A. TIMES: Seca na Califórnia é tão intensa que não chove nem em Março (um dos meses mais chuvosos)

- USA TODAY: General Petraeus: A guerrilha de Al-Sadr está sendo duramente combatida (com 700 combatentes encarcerados, Mahdi reduz ataques a soldados norte-americanos)

RESENHA/ARCADE FIRE - Neon Bible (2007)



A revista Bizz que está nas bancas saiu com minha resenha de um disco sensacional, o novo do Arcade Fire, Neon Bible. Este mês os canadenses foram tema de duas belas reportagens por aqui, na New Yorker e na revista dominical do The New York Times, na semana em que se apresentaram em Manhattan, dentro de uma igreja gótica. Não consegui ir aos shows mas o disco não sai da vitrola aqui de casa.

Arcade Fire – Neon Bible (Merge Records, importado)


Cotação Máxima: 5 estrelas



Nem vem que não tem. Neon Bible, o CD que o Arcade Fire lança em março na zona norte do mundo não é um novo Funeral, quiçá o lançamento mais importante de 2004 na seara do indie rock. E a constatação aqui, é um elogio.

Antes de fundar a banda com sua mulher Régine Chassagne, Butler passou anos estudando as Escrituras. Pois o Evangelho segundo o Arcade Fire está muito mais para o Apocalipse do que os Atos dos Apóstolos. O único milagre, aqui, é passar incólume pela explosão da música do quinteto canadense. Logo no Gêneses de sua bíblia pós-moderna os canadenses nos transportam para um universo muito mais sombrio do que o do primeiro trabalho da banda. “Espelho, espelho na parede/ Revele-me aonde as bombas cairão”, roga Win Butler, voz frágil, na acachapante Black Mirror, prova de que a estética Bowie-Berlim está mais viva do que nunca.

As cordas, os coros, o namoro com o barroco, as harmonias complexas poderiam funcionar, para um ouvido mais apressado, como ponto de ligação óbvio entre os dois discos. Mas, aqui, a fantasia dói mais, justamente por ter-se materializado de forma tão crua. Neon Bible insiste em nos mostrar que o pesadelo é aqui e agora. E para tanto aumentou-se o peso da percussão do primeiro-irmão William Butler e do baixo de Régine. Sim, depois do funeral, só nos resta o rock’n’roll.

Nas 11 faixas de Neon Bible há referências claras a Bruce Springsteen (ouça Keep The Car Running, com a hipnótica repetição do titulo da faixa, Windowswill e, especialmente, a linda Antichrist Television Blues); uma canção anti-guerra toda calcada em uma belíssima introdução feita em órgão de igreja (Intervention, dos versos ‘Não quero lutar/Não quero morrer/Apenas quero ouvir o seu lamúrio’), a delicada Ocean of Noise, que quase alcança o lirismo da valsa Crown of Love, de Funeral; e a confessional My Body is a Cage, em que Butler nos assegura: ‘Vivo em uma era/ Cujo o nome eu desconheço/E embora o medo me mantenha em movimento/Meu coração bate cada vez mais lentamente’.

Com sua beleza melancólica, este é um disco para se ouvir repetidas vezes, bem alto, aos berros, sem pausa, como se o ouvinte tivesse todo o tempo do mundo para, de fato, se entregar ao êxtase proposto pelo Arcade Fire. O ano começou muitíssimo bem. (Eduardo Graça)

segunda-feira, março 12, 2007

Manchetes de Segunda

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do USA Today, destacando a corrida presidencial mais aberta de todos os tempos:




- USA TODAY: A Corrida Presidencial de 2008 tem a cara de uma América em mutação (pesquisas mostram eleitores mais abertos do que nunca a candidatos menos convencionais)

- N.Y. TIMES: Décadas de conflitos e perda de esperança marcam vidas de jovens palestinos

- WASHINGTON POST: Terroristas - cada vez mais difícil encontrar um perfil-padrão (oficiais europeus dizem que extremistas islâmicos não apresetam

- L.A. TIMES: Militares apresentam planos para retirada gradual do Iraque

Chiclete Com Banana



Só deu Gilberto Gil ontem no caderno dominical de Artes do NYT. Matéria de capa, página inteira, com o Larry Rother (pois é) tratando 'da grande anomalia da pop music contemporânea': o político-compositor. O pretexto são as três semanas da turnê norte-americana do Ministro da Cultura, que começa nesta quarta-feira com uma palestra no South by Southwest, em Austin, Texas, o festival de rock independente mais interessante destas bandas. Aqui em NYC Gil se apresenta no dia 20, no Carnegie Hall.

A reportagem, com o título 'Gil Hears The Future' apresenta doutor Gilberto, 64 anos, primeiro negro a assumir uma cadeira no primeiro escalão do governo federal, como figura central nas discussões sobre as novas formas de distribuição da música depois da explosão digital. "Acredito que a cultura digital carrega consigo uma nova noção de propriedade intelectual. E esta nova cultura de trocas pode e deve ser um fator importante para a formulação das políticas públicas para o setor", diz Gil.

Há ainda espaço para se destacar a aliança de Gil com o Creative Commons, o programa Pontos Culturais, o aspecto visionário do Tropicalismo (que remixava e sampleava muito antes da explosão da música eletrônica) e a crítica à chamada World Music ("e seus safaris culturais, comandados por aventureiros em Land Rovers procurando por espécimes exóticos").

Diz Gil:

"Estou em um ponto de minha vida em que não quero mais ter comprometimento algum com minha carreira, no sentido estrito da profissão. Eu já não vejo mais a música como um campo a ser explorado. Eu a vejo como uma área alternativa de ação, parte de um imenso repertório de possibilidades à minha disposição. Música é algo visceral em mim e ainda que não esteja pensando sobre ela, ainda estarei fazendo música, sempre".

domingo, março 11, 2007

Manchetes de Domingo

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do NYT, com o encontro de dois líderes da comunidade muçulmana de NY, representando, respectivamente, os imigrantes árabes de Long Island e os negros do Harlem:




- N.Y. TIMES: Uma Complicada Aliança - negros e árabes buscam o entendimento (duas das maiores comunidades de muçulmanos em Nova Iorque tentam se unir contra a discriminação que aumentou muito desde os ataques do 11 de setembro)

- WASHINGTON POST: Aprovado o reforço de tropas (Bush anuncia o envio de mais 8.200 soldados para o Iraque e Afeganistão)

- L.A. TIMES: Conferência no Iraque não melhora relações entre Irã e Estados Unidos (Iraque pede que vizinhos não interfiram nos negócios internos do país, enquanto EUA e Irã trocam acusações)

- NY DAILY NEWS: O Suspiro Final (imigrante de Mali perde mais uma filha, de seis anos, que morre no hospital por conta das queimaduras causadas pelo incêndio de prédio no Bron nesta quarta-feira)