sábado, janeiro 26, 2008

Caroline Kennedy

A filha de John Kennedy anunciou publicamente o apoio ao senador Obama em um editorial publicado no New York Times deste domingo. O título? Um Presidente Como Meu Pai. Vale ler a íntegra, em inglês, aqui. O próximo Kennedy a embarcar na campanha do senador negro do Illinois deve ser seu colega de Congresso, Ted Kennedy, extramamente influente em Massachusetts, onde Obama já conta com o apoio do governador Duvall Patrick, também negro.

Um dos trechos do texto de Caroline Kennedy:

Eu nunca tive um presidente que me inspirasse como meu pai as inspirou. Mas, pela primeira vez, acredito ter encontrado o homem que pode ser este presidente - não apenas para mim, mas para toda uma nova geração de norte-americanos.





Obama: Vitória Gorda na Carolina do Sul

Todas as projeções de boca-de-urna apontam uma vitória gorda de Barack Obama nas primárias democratas de Carolina do Sul. Venceu entre os negros, jovens e mulheres. Hillary ficou num distante segundo posto seguida por John Edwards, terceiro em seu estado natal. Fica agora a expectativa de que Edwards possa anunciar o apoio a Obama, que fortaleceria a frente anti-Hillary na super terça-feira de fevereiro, quando mais de 20 estados escolherão seus delegados para a convenção de Denver.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A Candidata do NYT - Hillary Clinton

Hoje o jornal mais influente dos EUA e um dos mais importantes do mundo ocidental, gostem ou não seus (muitos) críticos, anunciou em editorial o apoio entusiasmado à senadora Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata para a Casa Branca. Com menos alegria, escolheu o 'menos pior' dos Republicanos, o senador John McCain.

O NYT classifica Hillary como 'brilhante', diz que a senadora poderá modificar a atuação e não apenas imagem dos EUA no planeta, danificada pesadamente pelos oito anos de Bush II. O NYT se confessa imensamente impressionado pela entendimento profundo dos temas mais caros aos eleitores, a força do inteletcto e a experiência demonstrada por Hillary, que seria uma forte comandante das Forças Armadas do país. O NYT condena o apoio dado a Hillary para a invasão do Iraque, mas reconhece que é dela o melhor plano para a retirada das tropas norte-americanas de Bagdá.

Ao olhar para o estado do país, o jornal afirma que Hillary tem o melhor plano educacional, e que ela vai colocar a máquina de Washington para ajudar a classe média e os mais pobres, enfrentando a crescente desigualdade social, incrementada na última década. Também a considera 'melhor equipada' para lidar com o ataque às liberdades civis e o precário equilíbrio entre os três poderes da República.

O jornal saúda, com ressalvas, tanto o ex-senador John Edwards ("de oratória feroz, mas fantasioso ao prometer reverter a maré da globalização") quanto o senador Barack Obama ("que construiu uma campanha eletrizante a partir da idéia de mudança, mas ainda se detém em promessas amorfas de uma nova 'maioria' a ser construída, sem explicar de maneira clara como irá governar) e ataca os candidatos republicanos.

Rudy Giuliani é limitado, pouco democrático, vingativo, ambicioso, arrogante, economicamente irresponsável, o político que transformou vergonhosamente os ataques terroristas de 11 de setembro em fonte lucrativa de negócios. Mitt Romney muda de posição em absolutamente todos os temas e é impossível saber o que (ou quem) apóia. E Mike Huckabee é o pastor batista de fala suave que promove um absolutismo anti-imigrante e que colocou, infelizmente, a religião como protagonista de sua campanha.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Entrevista/DEZEL WASHINGTON & RUSSEL CROWE

A Contigo! publicou nesta edição minha entrevista com Denzel Washington e Rusell Crowe, estrela do filme mediano O Gângster, que tentou seguir a linha de sucesso de Os Infiltrados, de Scorsese, sem muito sucesso. De qualquer forma, Crowe está excelente como o mulherengo detetive Richie Roberts, em uma interpretação contida que merece a atenção da platéia.

Denzel e Russell

Que dupla!

Por Eduardo Graça, de Los Angeles e Nova York

Ambos vencedores do Oscar, o contido americano e o expansivo neozelandês falam a Contigo! sobre o novo filme que estrelam, O Gângster, de Ridley Scott

Foram duas entrevistas, dos dois lados dos Estados Unidos, com duas das maiores estrelas de Hollywood. E o irônico é que Russell Crowe, 43 anos, e Denzel Washington, 53, pareciam ter trocado de personalidade ao conversarem com a Contigo! sobre o lançamento de O Gângster, a superprodução de 100 milhões de dólares de Ridley Scott (o emblemático diretor de Alien, de 1979, e Blade Runner, 1982), 70, que protagonizou uma polêmica sobre a glorificação dos gângsteres quando estreou nos Estados Unidos (em novembro de 2007).

Confortável num dos uniformes de seu time de rugby — ele é um dos donos do australiano South Sydney Rabbitohs —, e com uma imensa barba por fazer, o neozelandês Crowe, 43, casado há quatro anos com a atriz Danielle Spencer, 37, e pai de Charles, 4, e Tennyson, 1, deixou de lado a fama de mau e falou pelos cotovelos. Mais comedido, Denzel, 53, casado com a atriz Pauletta há 24 anos e pai de John David, 23, Katia, 20, e os gêmeos Malcolm e Olivia, 16, revelou seu lado mal-humorado.

O filme, no qual esses dois opostos no gênio e comportamento, mas igualmente talentosos, contracenam — que estréia sexta-feira (25/1/2008) —, conta a história real de Frank Lucas, o mais importante traficante de drogas e primeiro gângster negro da história de Nova York (papel de Washington), e do mulherengo e enigmático detetive Richie Roberts (Russell Crowe), que, nos anos 70, conseguiu desbaratar seu império. O Gângster recebeu três indicações para o Globo de Ouro (melhor ator para Denzel e melhor diretor e melhor filme dramático) e gerou um CD gravado pelo rapper Jay-Z, 38, o eterno noivo de Beyoncé Knowles, 26 — aliás, no elenco também atuam o rapper Common, 35, e os músicos de hip-hop RZA, 38, e T.I., 27.

Os dois vencedores do Oscar — Crowe por O Gladiador, de 2000 (melhor ator) e Washington por Tempo de Glória, de 1989 (melhor ator coadjuvante), e Dia de Treinamento, de 2001 (melhor ator) —, falaram à Contigo! sobre esse novo trabalho.

Esta é a sexta vez que você encarna um personagem da vida real. É mais fácil ou mais complicado interpretar esse tipo para a telona?
Denzel Washington - Os dois são difíceis. Mas se a pessoa está viva pode ser uma vantagem, você tem de onde tirar material de pesquisa.

E como vocês aproveitaram a oportunidade de conhecer a fundo a vida de Frank Lucas e de Richie Roberts?
DW - Conversei com o próprio Frank Lucas sobre tudo. Tudo mesmo. Falamos de beisebol, de como criar os filhos, de como as ruas de Nova York mudaram. Boa parte da conversa quem comandou foi ele, que escolhia os tópicos. Eu ia seguindo os caminhos que ele me apresentava.
Russell Crowe - Depois de passar tantos anos investigando crimes, especialmente grandes histórias como a do Frank, Richie não é exatamente um livro aberto. Foi, portanto, um processo lento, em que ele me revelava algumas coisas, aqui e acolá. Tive de ir ganhando a confiança dele aos poucos, sabe? Mas houve um momento em que ele me ofereceu a chave de quem era aquele homem que eu teria de interpretar. Foi quando ele me disse que não queria ser visto como um mulherengo. E um minuto depois começou a me contar a sensacional história de quando transou com a estenógrafa no segundo andar do fórum (risos)! Por aí você vê tem uma idéia de quem ele é (risos).

Vocês tiveram algum receio de que a visão do Harlem dos anos 70, apresentada pelo filme, acabasse ficando um pouco estereotipada?
DW - Em geral, não me preocupo com o que as pessoas dizem ou pensam. Não saio perguntando para as pessoas o que elas acham e não tenho medo algum de fazer algo mais ou menos estereotipado. Simplesmente, faço o melhor que posso. Depois, as pessoas podem falar à vontade, dar suas opiniões. Não vou dizer que as críticas não me afetam de vez em quando. Mas me recuso a ser rotulado, a ser colocado em uma posição específica, "aquele é o Denzel, ele faz filmes deste jeito, pode fazer estes personagens". Comigo, não! Eu não leio sobre minha vida, eu vivo.

Como foi, para vocês dois, o trabalho com Ridley Scott? Para Denzel é uma novidade, mas é a quarta parceria entre ele e você, Russell, não é?
RC - Sabe que é sempre diferente trabalhar com Ridley? As pessoas têm esta fantasia de que nós dois trabalhamos juntos porque concordamos em tudo o tempo todo. Na realidade é exatamente o oposto. Mas é quando discordamos que encontramos o melhor de nós. Respeitamos muito a opinião um do outro e o resultado vocês vêem nos filmes. Gosto muito dos mundos que ele criou e dos quais tive a honra de fazer parte.
DW - Ridley traz a visão, coisas que só ele vê. Ainda estou digerindo a experiência. Aprendi muito, era como se estivesse indo à escola de filmagem. Ficava pensando por que ele colocava a câmera em certa posição, como ele se movimentava, o motivo de se escolher certa locação. E, se você reparar bem, ele usa a cidade como um personagem, como um dos principais personagens de O Gângster, de uma maneira genial. E até mesmo como ele se programou para fazer o filme...

Filmando primeiro com Russell...
DW - Na verdade, a idéia foi a de, durante oito semanas, fazer o filme a partir da visão de mundo do Richie. Depois nós filmamos juntos por oito dias. E no fim Russell foi embora e rodamos a partir da visão do Frank. Eu pensei, claro, sensacional essa decisão e o que ela acarretou ao filme.

Vocês dois discutem muito no set de filmagem? Há espaço para conversarem nesta altura da carreira e 12 anos depois de trabalharem juntos pela primeira vez (eles contracenaram na ficção científica Assassino Virtual, de 1995) sobre qual o melhor caminho para o outro seguir em determinada cena?
DW - (encarando Russell) Humm... Não, não mesmo.
RC - Não há espaço para esta troca da maneira como você está perguntando. É mais como uma prova de harmonia na teoria musical, sabe? É sobre cantar juntos sem desafinar.

Denzel, incomoda a você de alguma maneira o fato de boa parte dos espectadores se identificar mais com seu personagem, um gângster terrível que mata a sangue frio nas ruas de Nova York? Você reflete sobre o motivo dessa reação?
DW - Não tenho a mais vaga idéia! Nunca pensei sobre isso, não. Agora, isso também depende do que você, quer dizer, a audiência vai trazer para o filme. Se você gosta de um personagem que cozinha muito bem mas mata pessoas, isso diz mais sobre você do que sobre Denzel, o ator (risos)!

terça-feira, janeiro 22, 2008

Enfim, os indicados

Estou em Los Angeles e hoje de manhã por aqui, como era de se esperar, só se fala de Oscar. A lista de indicados acaba de ser anunciada pela atriz Cathy Bates e ninguém sabe ao certo como vai ser a festa do dia 24 de fevereiro - com a greve dos roteiristas, ameaça-se bisar o fracasso do Globo de Ouro, sem estrelas e tapetes vermelhos. Obviamente, a cidade mais afetada economicamente é Los Angeles e há tensão e confusão na indústria do entretenimento. No fim da cerimônia desta manhã o presidente da Academia de Artes de Hollywood, Sid Ganis, convocou a imprensa a fazer da festa dos 80 anos do Oscar um dia inesquecível. Vamos ver.

Há um consenso entre os jornalistas baseados em Los Angeles, que conhecem bem os eleitores, de que a grande briga de filme do ano parece ser entre Onde Os Fracos Não Têm Vez e Sangue Negro, dois filmaços, com oito indicações cada. Em uma temporada repleta de bons títulos, também receberam merecidas lembranças os ótimos Juno, Desejo e Reparação, e Conduta de Risco. Segue a lista dos ungidos nas principais categorias e, em negrito, os favoritos dos jornalistas da imprensa internacional que fofocam sem parar aqui nos saguões do Four Seasons:

ATOR - George Clooney (Michael Clayton); Johnny Depp (Sweeney Todd), Tommy Lee Jones (No Vale de Elah), Daniel Day-Lewis (There Will Be Blood) e Viggo Mortensen (Senhores do Crime)

DIRETOR - Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta), Jason Reitman (Juno), Tony Gilroy (Conduta de Risco), Joel e Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez ) e Paul Thomas Anderson (Sangue Negro.)

ATRIZ -
Cate Blanchett (Elizabeth: A Era de Ouro); Julie Christie (Longe Dela); Marion Cotillard (Piaf - Um Hino ao Amor), Laura Linney (The Savages), Ellen Page (Juno).

ATOR COADJUVANTE -
Casey Affleck (O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford), Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez),Phillip Seymour Hoffman (Jogos do Poder),Hal Halbrook (Na Natureza Selvagem), Tom Wilkinson(Conduta de Risco).

ATRIZ COADJUVANTE -
Cate Blanchett (Não Estou Lá), Ruby Dee (O Gângster), Saoirse Ronan (Desejo e Reparação), Amy Ryan (Medo da Verdade), Tilda Swinton (Conduta de Risco).

FILME ESTRANGEIRO -
Beaufort (Israel), The Counterfeiters (Áustria), Katyn (Polônia), Mongol (Cazaquistão), 12 (Rússia)