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Fleet Foxes foi gravado na casa do vocalista Robin Pecknold, 22, em Seattle, mas a referência geográfica não deve enganar ninguém. O dono da voz angelical que gruda nossos ouvidos ao fone tinha apenas oito anos quando o grunge explodiu na minha segunda cidade favorita da costa oeste americana. Em sua página no myspace a banda se define assim: ''fazemos um pop-barroco, nossa música vem da Motown, de filmes de fantasia, de hinos, em alguns momentos nos aproximamos do shaggy rock, mas quase sempre somos mais temperados e contidos".
As harmonias elaboradas e as melodias que lembram Beach Boys, Crosby, Stills & Nash e Fairport Convention fizeram com que revistas e jornais daqui os elegessem a 'nova melhor banda dos EUA'. Neste caso, juro de pés juntos, nenhum exagero no elogio a Pecknold e seu parceiro de composições, Skye Skjelset, como ele descendente de noruegueses que emigraram para Seatle. Os outros integrantes da banda, todos meninos, são Casey Wescott, Joshua Tillman e Christian Wargo. Na vitrola deles não saem de moda Karen Dalton (a sensacional folkster do Village que volta e meia aparece aqui neste blog, tinha a voz de Billie Holiday, mas ela vale um outro post), Bob Dylan, Joni Mitchell, Simon&Garfunkel e os Zombies. C
omo é possíver ver aqui embaixo no vídeo da linda White Winter Hymnal (que chegou ontem à rede) os Fleet Foxes não têm medo do namoro descarado com a beleza (sem preciosismo) das vocalizações e têm-se mesmo a sensação de que se está ouvindo, aqui e aolá, um coral religioso. Parece ser (tomara!) uma tendência este ano aqui nos EUA. Dois de meus outros discos favoritos do ano (For Emma, de Bon Iver, e Evil Urges, de My Morning Jacket) seguem pela mesma trilha.
p.s: a atenção dada aos meninos de Seattle é tamanha que esta semana um show extra teve de ser agendado, à meia-noite de hoje, aqui no Union Hall, para que os nova-iorquinos consigam vê-los. Estarei lá. Depois eu conto.