sábado, maio 17, 2008

Marina

Por aqui pegou muito mal a notícia da saída da ministra Marina Silva do ministério do Meio-Ambiente. Todos os jornais lamentaram a perda da maior responsável pela mudança de atitude do chamado primeiro mundo em relação ao Brasil quando se trata de proteção à floresta amazônica e ao verde. Até agora o texto que mais me chamou a atenção sobre o pedido de demissão de Marina foi o de seu ex-colega de Planalto no primeiro governo Lula, Frei Betto, publicado ontem na Folha:

Querida Marina
FREI BETTO

CAÍSTE DE pé! Trazes no sangue a efervescente biodiversidade da floresta amazônica. Teu coração desenha-se no formato do Acre e em teus ouvidos ressoa o grito de alerta de Chico Mendes. Corre em tuas veias o curso caudaloso dos rios ora ameaçados por aqueles que ignoram o teu valor e o significado de sustentabilidade.

Na Esplanada dos Ministérios, como ministra do Meio Ambiente, tu eras a Amazônia cabocla, indígena, mulher. Muitas vezes, ao ouvir tua voz clamar no deserto, me perguntei até quando agüentarias.


Não te merece um governo que se cerca de latifundiários e cúmplices do massacre de ianomâmis. Não te merecem aqueles que miram impassíveis os densos rolos de fumaça volatilizando a nossa floresta para abrir espaço ao gado, à soja, à cana, ao corte irresponsável de madeiras nobres.


Por que foste excluída do Plano Amazônia Sustentável? A quem beneficiará esse plano, aos ribeirinhos, aos povos indígenas, aos caiçaras, aos seringueiros ou às mineradoras, às hidrelétricas, às madeireiras e às empresas do agronegócio?

Quantas derrotas amargaste no governo? Lutaste ingloriamente para impedir a importação de pneus usados e a transformação do país em lixeira das nações metropolitanas; para evitar a aprovação dos transgênicos; para que se cumprisse a promessa histórica de reforma agrária.

Não te muniram de recursos necessários à execução do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, aprovado pelo governo em 2004.


Entre 1990 e 2006, a área de cultivo de soja na Amazônia se expandiu ao ritmo médio de 18% ao ano. O rebanho se multiplicou 11% ao ano. Os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectaram, entre agosto e dezembro de 2007, a derrubada de 3.235 km2 de floresta.


É importante salientar que os satélites não contabilizam queimadas, apenas o corte raso de árvores. Portanto, nem dá para pôr a culpa na prolongada estiagem do segundo semestre de 2007. Como os satélites só captam cerca de 40% da área devastada, o próprio governo estima que 7.000 km2 tenham sido desmatados.

Mato Grosso é responsável por 53,7% do estrago; o Pará, por 17,8%; e Rondônia, por 16%. Do total de emissões de carbono do Brasil, 70% resultam de queimadas na Amazônia.

Quem será punido? Tudo indica que ninguém. A bancada ruralista no Congresso conta com cerca de 200 parlamentares, um terço dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.


E, em ano de eleições municipais, não há nenhum indício de que os governos federal e estaduais pretendam infligir qualquer punição aos donos das motosserras com poder de abater árvores e eleger ($) candidatos.


Tu eras, Marina, um estorvo àqueles que comemoram, jubilosos, a tua demissão, os agressores do meio ambiente, os mesmos que repudiam a proposta de proibir no Brasil o fabrico de placas de amianto e consideram que "índio atrapalha o progresso".


Defendeste com ousadia nossas florestas, nossos biomas e nossos ecossistemas, incomodando quem não raciocina senão em cifrões e lucros, de costas para os direitos das futuras gerações. Teus passos, Marina, foram sempre guiados pela ponderação e pela fé.


Em teu coração jamais encontrou abrigo a sede de poder, o apego a cargos, a bajulação aos poderosos, e tua bolsa não conhece o dinheiro escuso da corrupção.

Retorna à tua cadeira no Senado Federal. Lembra-te ali de teu colega Cícero, de quem estás separada por séculos, porém unida pela coerência ética, a justa indignação e o amor ao bem comum.

Cícero se esforçou para que Catilina admitisse seus graves erros: "É tempo, acredita-me, de mudares essas disposições; desiste das chacinas e dos incêndios. Estás apanhado por todos os lados. Todos os teus planos são para nós mais claros que a luz do dia.
Em que país do mundo estamos nós, afinal? Que governo é o nosso?"

Faz ressoar ali tudo que calaste como ministra. Não temas, Marina. As gerações futuras haverão de te agradecer e reconhecer o teu inestimável mérito.


CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, o Frei Betto, 63, frade dominicano, escritor e assessor de movimentos sociais, é autor de, entre outras obras, "A Obra do Artista Uma Visão Holística do Universo". Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004).

sexta-feira, maio 16, 2008

Na Prateleira: Richard Price

A Bravo! deste mês traz uma resenha minha sobre o mais recente livro do escritor norte-americano Richard Price, Lush Life, que está na minha estante. É daqueles livros que vai dando uma pena quando a gente está próximo do fim...

O texto:

Volta ao Mundo

Nova York


Em Lush Life, o romancista Richard Price desafina o coro dos que festejam Manhattan como um lugar seguro

Por Eduardo Graça, para a Bravo!

Recentemente, o roteirista e escritor Richard Price apareceu na revista Time assinando um manifesto com outros colegas. Alarmados pela revelação de que 1 em cada 100 norte-americanos está na cadeia, os manifestantes convocaram a população a protestar contra a existência de “duas Américas”, que só se esbarram nas páginas de crimes dos jornais. Ou em livros como Lush Life, que Price acaba de lançar e que ainda não tem data para chegar ao Brasil.

O olhar azedo sobre as últimas quatro décadas de vida nas grandes metrópoles dos EUA, quando a chamada “guerra às drogas” travestiu-se de “guerra aos pobres”, é o pano de fundo do romance. Lush Life (algo como Vida Opulenta) conta a história de Eric Cash, 35 anos, gerente de um café e escritor frustrado que mora na região de Manhattan conhecida por Lower East Side, onde “aos 30 anos você já parece ter 50”. Ele é suspeito de um crime que, aparentemente, não cometeu.

Ao deixar o batente às quatro da madrugada – acompanhado de um outro funcionário do café, Issac “Ike” Marcus, e de Steve, um amigo de “Ike”, que está completamente alcoolizado –, sofre um assalto por parte de dois jovens mal-encarados, possivelmente moradores de um dos muitos conjuntos habitacionais da ilha. “Ike” reage à abordagem com a frase “Hoje não, meu amigo” e acaba baleado. Morre no ato. Como ninguém mais viu os marginais, e uma das testemunhas estava sob o efeito do álcool, é preciso acreditar na palavra de Cash. Ou não.

A exatidão crua das falas de seus personagens e o pendor cinematográfico do livro levaram outro célebre romancista, Dennis Lehane, autor de Sobre Meninos e Lobos, a afirmar que, com Lush Life, Price se torna o escritor que melhor elaborou diálogos em toda a história da literatura norte-americana. Russell Banks, de Temporada de Caça e O Doce Amanhã, foi além. “Price”, escreveu, “é o nosso Balzac pós-moderno”. Exageros à parte, o que prende a atenção do leitor é a sensação de que o roteirista do filme A Cor do Dinheiro nos leva pela mão através dos labirintos de uma cidade escondida dentro da cidade. Ele atua como o cicerone de uma Manhattan sem brilho, a antítese da metrópole “seguríssima” proclamada pelos guias turísticos e pelos políticos. Um lugar ainda pulsante de vida subterrânea, desejos primários, cobiça e muita injustiça social.

quarta-feira, maio 14, 2008

Hollywood: duas irmãs, aos 90, ainda não se topam


Genial a reportagem de Rupert Cornwell que abre a página de Cultura do The Independent desta quinta-feira (já é dia em Londres). Quem diria que Olivia de Havilland e Joan Fontaine ainda se detestam, aos 90? E que a rivalidade voltaria à tona por conta de ...Bette Davis!

Toda a deliciosa fofoca das nonegenárias de Hollywood (muito mais interssantes do que Britneys & Lindsays) aqui, infelizmente apenas em inglês:


Sibling rivalry: Hollywood's oldest feud

Screen legends Olivia de Havilland and Joan Fontaine have always had one problem: each other. Now in their nineties, the antagonism goes on. Rupert Cornwell reports
Thursday, 15 May 2008


Whatever happened to Olivia and Joan? Olivia de Havilland and Joan Fontaine that is, among the brightest jewels of 1940s Hollywood, Oscar-winners both but also sisters locked into an ancient sibling rivalry that, according to accounts from the tinsel city, is alive and well even though both are now in their 90s, grandes dames from a vanished era.
Eight decades or more, you would have thought, is time enough to let bygones be bygones. But in this sad, remarkable but all too human instance, the answer appears to be, no. A couple of weeks ago, the Academy of Motion Pictures which organises the Oscars held a bash honouring the late actress Bette Davis on the 100th anniversary of her birth. In so doing, they unwittingly laid bare this celebrity feud for the ages.

Naturally, Joan and Olivia, among the closest surviving contemporaries of Bette Davis were invited. According to insiders, Olivia – who lives in Paris – at first let it be known she could not manage so long a trip. Upon learning her sister would not be coming, Joan agreed to attend. Then Olivia decided after all she would be there in person to commemorate Davis, her friend with whom she had worked in films such as Hush Sweet Charlotte. So Joan in the end took a pass. There are some wounds, it seems, that time cannot heal.


That Bette Davis was indirectly responsible for this latest contretemps, is fitting. If the real-life sibling rivalry between Hollywood stars has any equivalent on the silver screen, it is in the brilliantly macabre Whatever Happened to Baby Jane? that Davis made in 1962 with a rival of her era, another Joan, this one Joan Crawford.
In the film, Davis plays Jane, the star child actress, fallen on booze and hard times, who is fated to have to look after her elder, far more successful, but now crippled famous sister Blanche. Neither Olivia de Havilland nor Joan Fontaine of course ever lost their lustre, nor have they ever behaved to each other with the sadism and criminal intent manifested by Jane and Blanche. On the other hand, even in their bitter declining years, Jane and Blanche were striplings by comparison.

Olivia and Joan were born to an English couple just one year apart in Tokyo, in 1916 and 1917. The father was a patent lawyer, their mother an actress. Both girls suffered from ill health, and when Olivia was just two, the family moved to California, where her parents divorced and the father returned to Japan.
By the time she was 19, both Joan (who had by now taken the stage name of Fontaine) and Olivia were already starting to make a name for themselves in Hollywood. They were not only setting out on glittering careers, but with each successive step up the ladder of stardom more salt seems to have been rubbed into the raw emotions that by all accounts had divided them from their childhood.

An industry as dynastic and interconnected as Hollywood has had its share of feuds, but the Fontaine/de Havilland estrangement is one for the ages. Theirs is no petulant exchange of talcum powder, forgiven or forgotten the next morning. For seven decades, maybe nine decades, it has separated two of the leading actresses of their generation.
They were the first sisters to win Oscars, and the first to be nominated for best actress in the same year, a co-incidence that repeated itself in 1965 with Lynn and Vanessa Redgrave. In that particular family there was no feud, and in any case neither Redgrave won. Not so in 1941. The previous year, Joan had been nominated for her role as the sweet and unworldly second Ms De Winter in Alfred Hitchcock's masterpiece Rebecca, based on the novel by Daphne du Maurier. Indeed, the feud between the sisters may have been sealed at that moment. One story is that both were chasing the part, and Joan got it. In the event, the Oscar went to Ginger Rogers, but within 12 months they were in contention again, Joan for her role in Suspicion, her second film with Hitchcock, and Olivia for Hold Back The Dawn. The award was presented by Rogers, and the winner was ... Joan Fontaine. Years later, Joan would remember how she froze as her name rang out, with her older sister sitting next to her.

As Olivia told her to "Get up there," Joan burst into tears, she wrote of the moment. All the resentments and jealousies of an uncomfortably shared childhood returned; "the hair-pulling, the savage wrestling matches, the time Olivia fractured my collar bone, all came rushing back in kaleidoscopic imagery. My paralysis was total ... I felt age four, being confronted by my older sister. Damn it! I had incurred her wrath again."


Such feuds, of course, make glorious copy. The imagined tiffs between Brad Pitt and Angelina Jolie are fodder enough for today's supermarket tabloids. But imagine the coverage if Jolie and, say, Gwyneth Paltrow were siblings, and truly at each other's throats. That is the star megawattage of the two de Havilland sisters in their day.
In a historical context, it is even more remarkable. If Rebecca was indeed the match that lit the fuse of rivalry, the sisters have been at it since Hitler invaded France. But by Joan's account, the feud extends from the 1920s; in other words they were fighting with each other when Charles Lindbergh first flew the Atlantic.

Of course, the quarrel may have been exaggerated on occasion for publicity purposes; Joan at one stage claimed the whole thing had been cooked up by studio PR people. But the events on that same Oscars stage five years later suggest otherwise.
In 1946 Olivia was nominated again, for To Each His Own, and this time she won. The prize was to have been presented by Joan Crawford. But Crawford pulled out, and the Academy, perhaps believing that there could be better setting for reconciliation, replaced her with Fontaine. So Joan it was who called her sister's name, and Olivia stepped up to the podium. The grudge match, you might have thought, was over, but it was not. Anyone expecting a soft hug of reconciliation, now that honours were finally even, watched as Olivia even refused to shake her younger sister's hand. In 1949, Olivia won a second Oscar, for her role in William Wyler's The Heiress. But the ancient enmity persisted. By 1975, it is said, they were no longer on speaking terms, after Olivia did not invite Joan to a memorial service for their mother. That was Joan's version. Olivia says she did invite Joan, who was too busy to attend.

In 1987, both were invited to the Oscars awards ceremony in its 60th anniversary year. Instead, the story goes, someone made the error of booking them in next door to each other at the Four Seasons hotel, prompting Joan to have her room switched. Later she was stuck in limo gridlock as she arrived for the ceremony, and was forced to get out and walk, "This is the last Oscars show for me," she is reported to have said. "From now on they can muck it up for themselves."


Today, these legends of the silver screen are 91 and 90 years old. Olivia is the last surviving major cast member of the 1939 epic Gone With The Wind (in which she won her first Oscar nomination, for the part of Melanie, only to be beaten out by Hattie McDaniel, the first black actress to be so honoured). Olivia has been based in Paris since the 1950s, while Joan, apparently in better health, lives in Carmel, California, where she is sometimes seen out with five dogs.


But why can't they make up? Despite Whatever Happened to Baby Jane? most movies heal such rifts in the final reel. But for a couple of nonagenarians, the "happy ending" possibilities are running low. But then again, life can be more complicated, more untidy, and on occasion just plain nastier than the movies.
Siblings can share love, or they can drift apart. But they cannot be indifferent to each other. If they don't get on, the ability to get on each other's nerves, and thus to press their mutual rage button, is encoded in their genes.

Charles Higham, in his 1987 biography, Sisters: The Story of Olivia De Havilland and Joan Fontaine, says Olivia never got used to the idea of a younger sister. She would, apparently, rip up her old clothes that Joan was supposed to wear as hand-me-downs, forcing her to stitch them back together. Joan is said to have resented what she saw as her mother's favouritism for Olivia.
This volatile mix was stirred into the dog-eat-dog, celebrity culture of the movie industry, where the greatest feat of all is to retain a sense of proportion. For Olivia de Havilland and Joan Fontaine, that task proved too great.

Edwards Anuncia Apoio a Obama

O ex-senador John Edwards, que fez uma belíssima campanha à presidência e deixou vários eleitores órfãos quando abandonou a corrida eleitoral, acaba de anunciar seu apoio ao senador Barack Obama. A declaração de apoio (abaixo, no vídeo) é uma grande vitória para o político do Illinois. Edwards acrescenta a Obama mais delegados e o apoio de sindicatos, boa parte dos trabalhadores, e da classe média-baixa branca, até agora mais próxima de Hillary.

segunda-feira, maio 12, 2008

W, por Oliver Stone

O fim de semana por aqui foi todo da primeira-família. Nos tablóides, apareceram as fotos do casamento de Jenna, uma das gêmeas de George e Laura. Novas pesquisas deram conta que quase 80% dos norte-americanos acreditam que o país está sendo governado de forma equivocada. Mas o melhor estava na EW, que trouxe com exclusividade as primeiras fotos - e detalhes - de W, o filme que Oliver Stone quer lançar às vésperas das eleições, neste outono.

A capa traz Elizabeth Banks como a primeira-dama Laura e um irreconhecível Josh Brolin (estrela de Onde os Fracos Não Tem Vez, dos irmãos Coen) como o homem que chegou à Casa Branca em 2000 apesar de ter recebido menos votos do que Al Gore. O enteado de Barbara Streisand está usando uma prótese no nariz para ficar mais parecido com George W. Bush. É de arrepiar!

O repórter Benjamin Svetkey acompanhou as primeiras movimentações da produção do longa (que deve completar a trilogia de presidentes de Stone, responsável por JFK e Nixon) nos cafundós da Louisiana. O roteiro - assinado por Stone e Stanley Weiser (de Wall Street - Poder e Cobiça) - ainda está sendo azeitado, mas algumas cenas já vazaram para a imprensa, tais como:

* o presidente se engasgando e quase sufocando com um pretzel enquanto acompanhava uma partida de futebol-americano na tevê

*  dando apelidos a Condolezza Rice ('guru') , Colin Powell ('pé-chato') e Karl Rove ('turd-blossom', uma flor que dá no Texas e cresce aonde há uma grande concentração de esterco) no meio de uma reunião para definir como seria feita a invasão do Iraque.

* aos 26 anos, embriagado, estacionando o carro no gramado de seus pais e gritando insultos contra o pai 'certinho'.

* anos depois, quase protagonizando um acidente fatal ao pilotar um jatinho alcoolizado.

* brigando com Dick Cheney e dizendo que 'quem decide é ele'.

* tentando convencer Tony Blair de que uma boa idéia para se provocar uma guerra com o Iraque seria mandar um avião da Força Aérea norte-americana com as cores da ONU para atacar Bagdá de supresa ou, no caso de ter de usar um Plano B, 'simplesmente assassinar o filho-de-uma-égua do Saddam'.

* quando seu pai é eleito presidente, ele confessa a Laura que 'no fundo queria que ele tivesse perdido a eleição para o democrata Michael Dukakis'. É que agora ele 'jamais sairia da sombra do pai'.

* quando a França decide denunciar a invasão do Iraque, em 2003, Bush solta palavrões contra Jacques Chirac, a quem nunca suportou.

* em 1999, governador do Texas, ele diz a um tele-evangelista que 'a verdade é que eu não tenho o menor interesse em concorrer à presidência, mas sinto que Deus quer que eu seja o novo presidente e eu devo concorrer. Eu tenho que concorrer!".

* em uma conversa com Prince Bandar, o embaixador da Arábia Saudita em Washington, Bush confessa que desde a invasão do Iraque ele abandonara os doces. "É meu sacrifício pessoal para mostrar o apoio moral que dou às nossas tropas".

No elenco de W já estão confirmados o ótimo James Cromwell como Bush pai, Ellen Burstyn como mama Barbara, a ingelsa Thandie Newton (de À Procura da Felicidade) como Condi, Jeffrey Wright como Colin Powell e outro súdito da rainha, Toby Jones (o Capote caricaturizado de Confidencial), como Karl Rove. Ainda falta escolher quem encarnará o todo-poderoso Dick Cheney. Diz-se que Robert Duvall, depois de ler o roteiro, pulou fora do barco correndo.

O último filme de Stone, Torres Gêmeas, tinha Nicholas Cage à frente do elenco, faturou US$ 70 milhões na bilheteria, mas foi massacrado pelos liberais, que viram a obra, curiosamente, como um libelo pró-Bush, uma tentativa ingênua de ligar os atentados às Torres Gêmeas à invasão do Iraque. Para a esquerda, o filme, um Stone menor, parecia justificar os atos do homem que ele agora quer biografar na tela.

O diretor, que estudou na Universidade de Yale na mesma época que Bush e John Kerry, diz que pretende contar a história 'de um homem que tinha talentos limitados, com a exceção de um dom: a impressionante habilidade de ser ele mesmo. Se Scott Fitzgerald estivesse vivo ele estaria escrevendo sobre George W. Bush. Ele, é, de certa maneira, um Gatsby ao contrário', diz.

Já dá para ter uma idéia do que será o W de Stone.

Iron Man trucida Speed Racer

Massacrado pela crítica norte-americana, Speed Racer fez apenas US$ 20, 2 milhões de bilheteria em sua semana de estréia, ficando em segundo lugar nos cinemas dos EUA, à frente da comédia Jogo de Amor em Las Vegas, com Ashton Kutcher e Cameron Diaz, que chegaram aos US$ 19 milhões. Em sua segunda semana em cartaz, Homem de Ferro faturou mais US$ 50,5 milhões, chegando a US$ 177,1 milhão apenas nos EUA. O filme estrelado por Robert Downey Jr. é o primeiro hit do verão nos EUA e Speed Racer o primeiro grande fracasso por aqui.

Los Angeles Times: Obama na frente

A pesquisa mais recente da corrida presidencial colocou Barack Obama novamente à frente do candidato republicano, John McCain. Mas Hillary - que deve ter seu canto do cisne esta semana na primária de Virgínia Ocidental - ganharia com margem ainda maior.

Obama 46%  X 40% McCain

Hillary 47%  x 38% McCain

A organização ultra-liberal MoveOn.org gastou rios de dólares para produzir este anúncio, que mostra bem as razões para o novo disparo democrata (o descontentamento de eleitores tradicionalmente republicanos com o partido cada vez mais radical à direita):



Por Onde Andará...

Lorena Bobbitt?

A musa das feministas desesperadas, famosa por cortar aquela parte do marido John, que a traía o tempo todo, agora...corta cabelos em um salão em uma cidadezinha da Virgínia! É o que os tablóides de NYC informam hoje. Parece que ela pegou o gosto pela tesoura. Coisas dos EUA...

Bye-Bye, Chicory



Rstaurantes favoritos são fundamentais no dia-a-dia de quem vive aqui em Nova Iorque. Restaurantes favoritos do bairro, aqueles nem tão caros nem tão bagaceiras que a gente retorna tanto em uma emergência no meio da noite quanto no dia em que quer descansar do forno e do fogão, são catedrais informais. Eu me ajoelhei nos últimos dois anos no altar do chef Gavin McAleer, que abandonara a haute cuisine (ele foi durante anos acólito de David Burke e Rocco Dispirito) para nos servir, em seu Chicory, saladas caprichadas, um burguer fenomenal e porções inesquecíveis de arroz selvagem com cranberry. Foi com ele que aprendi a gostar de succotash, uma mistura de feijão mulatinho com grãos de milho e pedacinhos de carne-seca que me levavam ao céu. Depois descobri que era o prato mais tradicional na celebração do Dia de Ação de Graças na Filadélfia.

E McAleer ainda servia o melhor fried chicken do lado de cá da ponte...

Quem se lambuzou comigo no Chicory mais de uma vez foi minha amiga e expert em gastronomia Catherine Vieira.

Cathê, acabou!

Já estou com saudades de meu succotash nas noites de outono do Brooklyn!