sexta-feira, julho 27, 2007

A Volta das Franjas


Elas estão tomando conta de NYC. De novo. Sim, as franjas.

A sofisticadíssima Meredith Bryan, de meu semanário favorito, o NY Observer, diz que há uma inspiração para a moda - o corte de cabelo da famosa call-girl Bree, que rendeu um Oscar a Jane Fonda no filme Klute - O Passado Condena, de Alan Pakula, do longínqüo ano de 1971. Será que minha assessora para assuntos cinematográficos, Olga de Mello, se lembra do visual Bree? E será que ela aprovaria as neo-Brees zanzando impunemente por aqui?

Na verdade as Brees do novo milênio usam franjas mais grossas (favoritas das hipsters de Williamsburg, amigas de outra assessora deste blog, Erika Sallum), passeiam por um estilo mais Anna Wintour (no Upper East Side, terra de Ellen Barkin, já viram o novo estilo-franja da atriz?) e até uma coisa assim mais 60's, com as franjas longuíssimas e mais arredondadas das meninas do Soho. O importante é que elas estão por toda parte, balanceantes e atrevidas. E parecem mais naturais em meninas morenas. Vai ver por isso a Cameron Diaz andou pintando o cabelo e deixando às franjas à mostra.

Será que no Brasil a moda já chegou?

quinta-feira, julho 26, 2007

E Lá Se Vão Carroll, Cobble & Boerum


Hoje o caderno de Estilo do The New York Times trouxe uma extensa reportagem de capa sobre meu bairro, ou a confluência de neighborhoods - Boerum Hill, Cobble Hill e Carroll Gardens (e seu infame acrônimo BoCoCa) - em que vivo. Resumo da ópera: as lojas independentes (especialmente as boutiques) que fieram desta área algo como o West Village do Brooklyn estão sendo subsituídas aos poucos por bares da moda e grandes sucursais das maiores marcas norte-americanas.

Tem Starbucks a dar com o pau, o Trader Joe's (supermercado bacanoso da Califórnia) chega no inverno, a Lucky Brand Jeans já abriu suas portas, e três lojas da American Apparel (a Hering dos modernos por aqui) tentam encontrar algum diferencial e fingem que não competem entre si. Tem ainda a Flight 001 (com seus badulaques temáticos, todos remetendo ao maravilhoso mundo da aviação, um sucesso no Village), a Bird (loja de roupas bacanosas de Park Slope) e os caríssimos restaurantes The Grocery e Saul, ambos nas listas do Michelin e do Zagat.

A reportagem (as fotos, acima, de Robert Wright, acompanham o texto de Eric Wilson e dão um saborzinho das redondezas de minha casinha) diz que meu adorável bairro, que até bem pouco tempo era reduto de uma comunidade ítalo-americana de classe média, orgulhosa de suas tradições, está se transformando em um novo NoLIta (ou North of Little Italy, área do sul da ilha de Manhattan, entre o Soho e o Lower East Side). Espero que Wilson esteja errado. O NoLIta é algo assim como aquela porção mais arrumadinha da Voluntários da Pátria, aonde os cinemas do grupo Estação se concentram. E Carroll Gardens está mais para a Urca. A comparação não é nada exata, mas dá para entender por que eu quero que tudo fique como está na minha querida BoCoCa.

As Maravilhas do Mercado Imobiliário de NYC: o tal do Zipcar


O mercado imobiliário inflacionado, um dos pilares da economia norte-americana, parece que finalmente vive um momento de 'acomodamento' como se diz na baba-babel do economês dejetado diariamente na tevê e nos jornais diários daqui. Os valores dos imóveis despencam em todo o país, mas aqui em Nova Iorque as maravilhas do mercado imobilário continuam deixando todos os meus amigos de cabelo em pé.

Desde o ano passado Will & I começamos, como quem não quer nada, a checar apartamentos aqui e acolá, sem muito compromisso. Descobrimos os apartamentos de meio milhão de dólares no Soho, quitinetes disfarçados de quarto-e-sala em que o chuveiro, vejam só, fica no meio da cozinha. Teve tamb´®em o loft sensacional em Williamsburg (um pouco mais caro, pela bagatela de US$ 800 mil) com espaço - uma das commodities mais disputadas da cidade - para dar e vender mas um pequeno detalhe: a cozinha se dividia com o morador do andar de baixo. Não, não é piada. E por aí vai.

Agora, a nova moda por aqui nos condomínios à beira do Hudson - uns monstrengos assustadores, naquela linha Barra da Tijuca - em que, olhem que maravilha, você ganha o direito de alugar um carro. Ajuda a política de diminuição de poluição de seu Bloomberg e ainda alivia a vaga. A novidade é o Zipcar, que já conta com 45 mil associados (que precisam primeiramente pagar uma jóia de US$ 75) para o serviço que aluga carros (com diárias mais em conta, dizem eles, a US$ 69 por dia, com seguro incluído) exclusivamente para os novos condôminos da cidade, com vaga garantida em edifícios-garagens espalhados pela cidade.

O que ainda não entendi foi a diferença de se ir até a loja da Hertz ou da Avis e, mais ou menos pelo mesmo preço, escolher seu modelo econômico. Tá bom, você vai ter que andar até a loja mais próxima e ocupar a vaga da garagem de seu próprio prédio quando voltar para casa. Mas, afinal de contas, não é ela que justamente valoriza o apartamento que acabou de custar mais de meio milhão de dólares? Mistérios de NY.