sábado, março 10, 2007

Ru Paul? Really?



Ontem eu e M.Morrisey fomos aqui no cinema da esquina conferir 300, a adaptação dos quadrinhos de Frank Miller para a tela.

A história dos 300 de Esparta comandados pelo rei Leônidas na Batalha das Termópilas contra o poderoso exército de Xerxes foi destruída impiedosamente pela crítica local. No papel do imperador persa, Rodrigo Santoro, visual andrógino. Madame DeMello já havia me contado que no Brasil bons amigos andaram avisando ao global que é hora de parar de 'fazer boiolas no cinema'. De quinta.

Mas pior foi o Village Voice, que mandou esta: "Na pele do imperador Xerxes, Santoro parece assustadoramente como um gigantesco Ru Paul".



Ninguém merece. Nem Xerxes, nem Rodrigo, nem Ru Paul. Não deixem de perder o filme.

Manchetes de Sábado

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do Los Angeles Times, com o abraço de urso de Bush em Lula em S.Paulo:




- N.Y. TIMES: Bush e Chavez se enfrentam à distância na América Latina(no Brasil, presidente diz que ajuda norte-americana criará empregos na região)

- NY DAILY NEWS: Unidos na Dor (Pais conversam sobre a dor de perder os filhos no incêndio no Bronx)

- WASHINGTON POST: Auditoria sobre o FBI leva à pedido de reforma (alguns congressistas sugerem mudanças no Patriot Act)

- L.A. TIMES: Democratas impõem novo foco no debate sobre o Iraque (líderes do partido no Congresso chegam à conclusão sobre retirada das tropas - outono de 2008)

- USA TODAY: Bush - "FBI está revendo seus métodos de investigação"

sexta-feira, março 09, 2007

Escravos do Etanol

A esquerda norte-americana está descendo o sarrafo na possibilidade de uma parceria entre Washington e Brasília na produção de bio-combustíveis. O que mais os incomoda é a destruição da vegetação original e a poluição causadas pelo pantio e aproveitamento total da cana-de-açúcar.

Enquanto isso, o The Guardian atacou outra frente e publicou hoje reportagem de página inteira de Tom Phillips com o título ESCRAVOS DO ETANOL sobre as condições horrendas de trabalho em Palmares Paulista, no interior de S.Paulo.

Fala do 'outro lado' da revolução energética celebrada pelo governo Lula, usa termos como 'catástrofe social' e detalha a exploração da mão-de-obra dos cerca de 200 mil cortadores de cana do estado de S.Paulo, que ganham menos do que R$ 400/mês por um trabalho duro e arriscado. Também traz denúncias da Pastoral do Migrante dando conta que 17 trabalhadores morreram nos últimos dois anos devido à exaustão e falta de assistência. A reportagem, apenas em inglês, pode ser lida aqui.

Manchetes de Sexta-Feira

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página do NYT, com a foto de Mathia Magassa, mãe de cinco das oito crianças mortas no incêndio no Bronx que chocou a cidade.



- N.Y. TIMES: Nove Mortos no Bronx e uma comunidade de luto

- NY DAILY NEWS: Horror no Bronx (o motorista de táxi que não conseguiu salvar a mulher e os filhos no incêndio que chocou a cidade).

- WASHINGTON POST: FBI vai longe demais (investigação da secretaria de Justiça mostra que o FBI anda sonegando informações sobre emails, contas bancárias e telefonemas, que não deveriam permanecer de desconhecimento do público)

- L.A. TIMES: Democratas impõem novo foco no debate sobre o Iraque (líderes do partido no Congresso chegam à conclusão sobre retirada das tropas - outono de 2008)

- USA TODAY: 14 estados anunciam cortes drásticos nos auxílios-saúde de crianças e adolescentes

Protestos no Brasil

A CNN está mostrando a todo momento flashes dos protestos contra Bush no Brasil e na Colômbia. Em sua versão doméstica o canal de notícias diz que:

* quem protesta exige mais investimento do governo norte-americano na América Latina (não se fala em invasão do Iraque)

* há 'suspeitas' de que queo s manifestantes estejam sendo pagos pelo governo venezuelano.

Este é o nível da cobertura televisiva da visita do presidente Bush à América Latina por aqui.

quinta-feira, março 08, 2007

Manchetes de Quinta-Feira

Uma corrida pelos principais jornais da vizinhança e, no detalhe, a primeira página, chocante, do NY Daily News:



- NY DAILY NEWS: Horror no Bronx (oito crianças e uma mulher mortos no pior incêndio na cidade em 17 anos).

- N.Y. TIMES: Resultado do julgamento de Libby não acalma ninguém (esquerda, direita e mercado nervosos)

- WASHINGTON POST: Bush rechaça pressões para dar um perdão oficial a Libby (ato poderia ser arriscado ás vésperas das eleições de 2008)

- >FINANTIAL TIMES/US: A recuperação da moeda japonesa está na pauta do dia no comércio mundial.

- L.A. TIMES: Mãe e filha retornam a Los Angeles, depois de serem envenenadas com tálio radioativo em Moscou.

- USA TODAY: Forças Armadas completamente perdidas no tratamento a vítimas de traumatismo craniano, ferimento mais comum entre os soldados americanos na ocupação do Iraque

segunda-feira, março 05, 2007

A Guatemala de Bush: extermínio, limpeza social e ato de fé


No ano passado o governo Bush jogou pesado para que a Guatemala do presidente Óscar Berger, fiel aliado de Washington, levasse a vaga reservada para a América Latina no Conselho de Segurança da ONU. A justificativa era a de que o outro candidato - a Venezuela de Hugo Chávez, apoiada por Brasil e Argentina - carecia de credenciais democráticas essenciais para se postular o cargo. E que a Guatemala era um exemplo do que os republicanos gostariam de ver in latin american way.

No fim das contas e depois de muito teretetê chegou-se a um candidato 'neutro'. Mas os recordes democráticos do país centro-americano - que viveu de 1960 a 1996 sob uma ditadura sustentada pelos E.U.A. - alardeados pelos neo-cons ficaram engasgados na garganta dos que seguem chocados com as ossadas de militantes oposicionistas descobertas em 2005. Estima-se que mais de 100 mil guatemaltecos tenham sido assassinados nos quase 40 anos de arbítrio.

Pois hoje o NYT traz matéria de capa dando conta de como anda a vibrante democracia centro-americana. O repórter James C. McKinley Jr. escreve uma daquelas histórias tristíssimas, típicas de republiquetas das bananas. Ela começa com três parlamentares salvadorenhos assassinados na Cidade da Guatemala no mês passado. Eles teriam sido confundidos com traficantes de droga colombianos, seqüestrados e executados por quatro policiais locais. Assim que se entregaram, estes foram imediatamente enviados para o presídio de segurança máxima El Boquerón. E quatro dias depois também apareceram mortos.

O governo diz que os policiais foram atacados por presos revoltosos. Mas detentos contam que eles foram assassinados por homens encapuzados, vestindo uniformes militares. Para piorar, há mais de uma reportagem sugerindo que os tais deputados salvadorenhos eram, afinal de contas, parte de uma das mais importantes quadrilhas de tráfico da América Central.

Nos últimos 30 dias o escândalo levou a duas demissões no gabinete Berger e à instalação de uma CPI no Congresso para se investigar a existência de um esquadrão da morte financiado por dinheiro público. A Guatemala conta com pouco mais de 12 milhões de habitantes e cerca de 5 mil homicídios/ano. Destes, apenas 2% resultam em prisões de suspeitos. Estima-se que pelo menos 2/3 da cocaína que entra nos EUA passa pela Guatemala.

Grupos de direitos humanos têm feito um barulho danado por aqui, denunciando que os esquadrões anti-drogas financiados por Washington se transformaram em milícias informais. Estas entraram na luta pelo lucrativo negócio do tráfico sob o manto de 'proteção à população civil'. Um oficial da ONU revelou, sob a condição de permanecer anônimo, que as milícias foram criadas nos últimos três anos por 'gente ligada ao governo' preocupada com o aumento da violência urbana. E, o mais inusitado, seus soldados seriam ligados a igrejas evangélicas que vêem no extermínio de bandidos mais do que 'limpeza social', mas um 'ato de fé'. Com dinheiro ianque, o governo Berger, denuncia o funcionário da ONU, criou um Frankenstein cristão.

É a guerra santa subsituindo a guerra suja em plena América Central.

No meio do furacão, Bush chega à Guatemala na semana que vem, após seu encontro com o presidente Lula. Podia pedir conselho ao petista e levar uma mensagem amiga ao companheiro Berger. No Rio, ao menos até agora, não se ouviu falar de milícia evangélica. Será este o próximo capítulo do descaso com que a ralé é tratada em Pindorama?

Em tempo: o diretor da Human Rights Watch, Dan Wilkinson, diz que a ONG classifica a Guatemala de Berger como 'uma democracia fracassada'.

Chavez, este autoritário, deve estar rindo à toa.

domingo, março 04, 2007

Delicioso Carnaval Fora de Época


E quem disse que não tem ziriguidum no Brooklyn? Acabou de chegar aqui o sensacional podcast produzido por Madame Serra e MdC Suingue, todinho dedicado a preciosidades do Carnaval. É uma trilogia repleta de pérolas do sacolejo tupiniquim mas também caribenho, nothinghílico, orleânico.


Delicioso.

Para quem ainda não conhece, clique logo aqui e escute o Caiprinha Appreciation Society - o C.A.S. para os mais íntimos. Ou assine logo no iTunes. É diversão garantida todas as semanas.