segunda-feira, março 12, 2007

Chiclete Com Banana



Só deu Gilberto Gil ontem no caderno dominical de Artes do NYT. Matéria de capa, página inteira, com o Larry Rother (pois é) tratando 'da grande anomalia da pop music contemporânea': o político-compositor. O pretexto são as três semanas da turnê norte-americana do Ministro da Cultura, que começa nesta quarta-feira com uma palestra no South by Southwest, em Austin, Texas, o festival de rock independente mais interessante destas bandas. Aqui em NYC Gil se apresenta no dia 20, no Carnegie Hall.

A reportagem, com o título 'Gil Hears The Future' apresenta doutor Gilberto, 64 anos, primeiro negro a assumir uma cadeira no primeiro escalão do governo federal, como figura central nas discussões sobre as novas formas de distribuição da música depois da explosão digital. "Acredito que a cultura digital carrega consigo uma nova noção de propriedade intelectual. E esta nova cultura de trocas pode e deve ser um fator importante para a formulação das políticas públicas para o setor", diz Gil.

Há ainda espaço para se destacar a aliança de Gil com o Creative Commons, o programa Pontos Culturais, o aspecto visionário do Tropicalismo (que remixava e sampleava muito antes da explosão da música eletrônica) e a crítica à chamada World Music ("e seus safaris culturais, comandados por aventureiros em Land Rovers procurando por espécimes exóticos").

Diz Gil:

"Estou em um ponto de minha vida em que não quero mais ter comprometimento algum com minha carreira, no sentido estrito da profissão. Eu já não vejo mais a música como um campo a ser explorado. Eu a vejo como uma área alternativa de ação, parte de um imenso repertório de possibilidades à minha disposição. Música é algo visceral em mim e ainda que não esteja pensando sobre ela, ainda estarei fazendo música, sempre".

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