As conversas com o galã haviano e a bela atriz seguem abaixo:
A bela e o fera. É assim que as estrelas de O Dia em Que a Terra Parou, ficção científica em cartaz e que liderou a bilheteria americana em seu primeiro fim de semana de exibição (rendeu 38,4 milhões de dólares), são apresentadas pelo diretor Scott Derrickson, em entrevista para divulgar o filme realizada em um hotel de luxo em Santa Mônica, Califórnia.
A bela é a realmente linda Jennifer Connely, 38 anos, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por Uma Mente Brilhante (2001), magra de doer e que comparece ao evento com um deslumbrante vestido vermelho da grife espanhola Balenciaga. O fera é Keanu Reeves, 44, barba por fazer, camiseta sem manga da Harley-Davidson - ele é um notório motoqueiro, que circula pelas ruas e avenidas de Los Angeles, onde mora, quase sempre sobre duas rodas - sob blazer cinza e calças jeans justíssimas.
A dupla protagoniza o remake do clássico homônimo lançado em 1951, filmado no auge da Guerra Fria. Na nova versão, sai a ameaça de uma guerra nuclear e entram o aquecimento global e a destruição do meio-ambiente como os motivos pelos quais os seres humanos devem ser destruídos por uma civilização superior, enojada com a maneira pela qual cuidamos do nosso planeta. E caberá ao extraterrestre Klaatu, vivido por Reeves, decidir se merecemos ou não sermos salvos.
A seguir, Reeves, que durante a entrevista gesticulou muito e fez caras e bocas - até atendeu a um telefonema erroneamente enviado pela recepção do hotel à sala da imprensa (imaginem a surpresa do hóspede do outro lado da linha ao perceber que conversava com o Neo da cinessérie Matrix!) -, opina sobre o argumento do longa, entre outros assuntos.
Alma verde
''O filme relembra aos humanos que estamos dividindo este planeta com outras espécies de vida. Estamos lidando aqui com o impacto que nossas ações diárias causam nos outros seres vivos, também habitantes deste planeta. Preocupo-me com a questão. Só uso energia solar, sou adepto da reciclagem e contribuo para a preservação das florestas tropicais.''
Imaginação e trabalho
''Para criar Klaatu não tive de seguir nenhum método especial de pesquisa. Minha maior dificuldade foi não poder conversar com ETs de verdade (risos). Para encontrar uma proximidade com minha própria personalidade investi muito em minha imaginação, em minha maneira de ver o mundo, mantendo a objetividade e percebendo o que está ao meu redor.''
Fã de ficção científica
''Tudo começou com os livros de Júlio Verne. Depois vieram 1984 (George Orwell), Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) e as obras dos autores Phillip K.Dyck e William Gibson. No cinema, fiquei louco com 2001- Uma Odisséia no Espaço (1968), O Homem Que Caiu na Terra (1976), Guerra nas Estrelas (1977, 1980, 1983, 1999, 2002 e 2005), Blade Runner (1982), O Quinto Elemento (1997) e, claro, aquela trilogia de nome Matrix (1999 e 2003) (risos).''
Moda
''Se eu gosto quando me classificam de metrossexual? Hum... claaaaaaaro (risos)! Jennifer me chamava assim no set o tempo todo. Ela dizia: 'Ei, metrossexual, qual é a marca de hoje?' (risos) Bem, eu gosto de um terno com um corte bem-feito, não posso negar. As pessoas também perguntam por que estou sempre barbudo na vida real e, nos filmes, com a cara limpa. É que, se deixarem, não faço a barba nunca! Simplesmente não gosto (de fazer).''
Vida extraterrestre
''Acredito! E acho que devemos controlar nosso medo e nossa ansiedade, para, no dia em que encontrarmos os ETs, recebê-los de braços abertos.''
Agora, as considerações de dona Jenniffer:
Ecologia
''Fiz um curso de Ecologia quando estava no colégio em Nova Iorque e, mais tarde, na faculdade, fiz uma especialização em Ciências do Ambiente. Mas meus dois filhos são ainda mais conscientes da questão verde. O Kai é obcecado em apagar as luzes da casa e sabe o custo ambiental da gasolina. Acho que esta geração será ainda melhor."
Encontrando o Personagem
"Não tinha a mais vaga idéia sobre astrobiologia ou microbiologia, fiz uma pesquisa sobre os temas, li algumas obras de teor filosófico escritas por cientistas e usei o que fui achando mais interessante para tentar entender as escolhas de Helen durante o filme. Parte do prazer de criá-la é justamente descobrir quem é este ser ficcional, e deixar a Jennifer de lado, jamais pensei em como eu reagiria se encontrasse com um E.T. Mas uma coisa posso garantir: ela é muito mais inteligente do que eu!"
Duas Mães: Helen & Connely
"Helen é especialmente paciente com o Jacob, ainda muito revoltado pela morte do pai, um cientista a serviço do governo americano. Eu amo meus filhos imensamente. Sou muito paciente, mas não tolero determinadas coisas. Acredito piamente em limites, dou a eles muito tempo, mas é importante saber que os estou criando, guiando, sabe?"
Moda
"Admiro design em todos os sentidos, móveis, arte, utensílios e roupas também. Adoro trabalhar com a Casa Balenciaga, mas não sinto nem um pouco a pressão de ter de estar sempre fabulosa. Adoro também conforto, sabe? Não sou especialmente boa naquela coisa de se produzir até para ir comprar pão na esquina, sabe? No inverno eu me visto, em casa, com as roupas mais confortáveis, imensos suéteres, bem largões, moletons. Quando não estou trabalhando, estou quase sempre zanzando para cima e para baixo com meus meninos. Levando-os ao parque ou à escola, e seria ridículo fazer isso toda emperequetada."
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