quarta-feira, setembro 06, 2006

ENTREVISTA/ Uma Thurman

A edição desta semana da revista Contigo! traz minha entrevista com a atriz Uma Thurman, protagonista de Minha Super Ex-Namorada, comédia em cartaz nos cinemas brasileiros.

UM MULHERÃO QUE GOSTA DE COLO

Por Eduardo Graça, de Nova York


No filme Minha Súper Ex-Namorada, que estréia sexta, ela é trocada por outra e parte pra cima. Na vida real, a atriz diz que prefere homens fortes:''Busco alguém que possa me dar apoio e carinho''


Aos 36 anos, linda como nunca, queimada de sol - efeito adquirido após férias ao lado do namorado, o empresário André Balazs, em Saint Tropez, em julho -, Uma Thurman é, definitivamente, uma supermulher. Nas telas, ela o é, literalmente, a partir desta sexta (1°), quando estréia a comédia Minha Súper Ex-Namorada. No filme, a atriz é G-Girl, uma heroína dotada de superpoderes, que tem de lidar com o fato de ser abandonada pelo arquiteto Matt Saunders (Luke Wilson), interessado em outra mulher. No longa, a vingança de sua personagem é turbinada por maldades (hilárias, é bem verdade).



Na vida real, há quase três anos ela se separou do ator Ethan Hawke, 35, após cerca de seis anos juntos e com quem teve dois filhos, Maya Ray, 8, e Roan, 4. O casamento terminou com Hawke flagrado na cama de um hotel com uma modelo canadense de 22 anos. Entre as muitas explicações que deu, o ator contra-atacou, justificando sua atitude como troco à traição de Uma, que também estaria tendo um caso com o diretor Quentin Tarantino, 43, durante as filmagens de Kill Bill 1 e 2 (o que nunca foi confirmado por nenhum dos dois). Resultado: um divórcio nada amigável. É quase inevitável pensar que sua G-Girl oferece a oportunidade perfeita para a atriz reagir com humor, no cinema, à sempre desagradável experiência de ser abandonada ou trocada. Sobre isso e muito mais, ela falou a Contigo!.


Namorar uma supermulher, assim como você, não é para qualquer um...

Definitivamente, não é fácil namorar uma mulher famosa. Quem tem paciência? Qualquer cara mais legal que possa escolher entre uma mulher bonita e uma famosa vai escolher a mais normal das duas, não acha? É muito complicado se envolver com uma pessoa famosa.

Tem alguma preferência no equilíbrio de forças em um relacionamento?

As pessoas são diferentes, claro, mas eu prefiro estar com alguém mais forte do que eu. Conheço mulheres que gostam de ficar com menininhos, de carinhas bonitas. Mas, se eu pudesse escolher, iria buscar alguém que pudesse me dar apoio, carinho e uma espécie de sabedoria, sabe? E, graças a Deus, existe uma imensa variedade de homens neste mundo (risos).

Acredita que o filme é, de alguma forma, contra os homens?

Olha, ele foi escrito e dirigido por um homem, produzido por um grupo de homens, comigo no papel-título. Sou eu contra sete homens (risos)! Então acho que o filme é tanto um pesadelo para os homens quanto uma catarse das mulheres que ficam loucas ao serem abandonadas. Agora, claro, eu jamais faria um filme que não fosse a favor das mulheres!

Você se acha uma feminista?

Não conheço o feminismo a fundo para me dizer feminista, mas sou independente desde os 15 anos, quando saí de casa e comecei a trabalhar como modelo. Vivo como uma mulher independente a partir daí e hoje cuido de minhas crianças. Acho que minha experiência exemplifica bem como é a vida de uma mulher que trabalha duro. Com prazer e privilégio, claro, pois muitas mulheres penam mais do que eu.

E usa seus "superpoderes" para criar seus filhos? Criá-los sozinha é barra?

É um desafio, sim. Mas sofro as mesmas dificuldades que qualquer mulher, que trabalha fora sofre. E, hoje, nem é uma questão tão importante para mim, a batalha. Sou tão feliz por tê-los. E meus filhos são maravilhosos, uns anjos. Sou, na verdade, uma mãe muito coruja.

Mas se pudesse escolher ter apenas um dos superpoderes da G-Girl na vida real, qual escolheria?

Ah, adoraria poder voar. Mas o que ela faz na cama neste filme com o Luke também seria útil para qualquer mulher (risos).

Você se acha engraçada, divertida em cena?
Eu sempre achei que poderia fazer as pessoas rirem se tivesse a chance. Mas há 20 anos que venho tentando fazer uma comédia e ninguém me levava a sério, quer dizer me dava um papel. Aí fiz Os Produtores e agora Minha Súper Ex-Namorada. Eu adoro as comédias. Acho muito mais divertido fazer mulheres engraçadas e à beira de um ataque de nervos do que guerreiras que andam para cima e para baixo com espadas de samurai (risos).

Por que demorou tanto para fazer comédia?
Eu era uma pessoa muito mais intensa quando jovem. Mais intensa e mais tensa também (risos)! Digamos que eu tinha uma certa atração por coisas mais pesadas, que queria muito ser uma "atriz mais séria, densa", seja lá o que isso for. Decididamente, não queria ser mais uma "carinha bonitinha" em Hollywood, sabe? Por causa disso, acabei me divertindo menos do que devia.

Acha que sua forte presença (ela tem 1,83 metro de altura), que é notória e impossível de não ser notada, atrapalhou um pouco seus planos?

Pode ser que sim. Tenho esta aparência que certas pessoas consideram ser uma "beleza mais clássica". Sou mais alta do que a média. Acho que acabei ficando com uma marca de "atriz européia", "exótica", quando nada mais sou do que uma típica moradora de Nova York, criada em Massachusetts e por uma família bem normal. Nossa única excentricidade foi ter passado, quando eu era adolescente, um ano na Índia. Isso aconteceu porque meu pai era um acadêmico.

Mesmo assim, você se tornou uma das atrizes mais poderosas em Hollywood…

Engraçado, não me sinto nada poderosa. Cada vez que encontro o papel certo, o filme certo, é um milagre! Eu já estive na lista das 10 mais de Hollywood tantas vezes quanto estive na das 10 menos. Sobreviver como atriz, para mim, também é outro milagre.

E quais são seus planos para o futuro?
Crescimento pessoal, estar mais aberta para os desafios da vida e ter, sempre, uma atitute positiva.

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