Falei aqui que estava contando nos dedos para o dia do lançamento do novo trabalho de Cat Power. Acabei indo para o Brasil, as férias foram esticadas, e só fui ouvir o disco com calma quando voltei a NYC. Jukebox é uma delícia. Esta semana saiu minha notinha na Carta Capital sobre a série de discos-tributo aqui nos EUA (que reproduzo abaixo), incuindo o de dona Chan Marshall. Outra descoberta foi a gravação que ela fez para a Radio Inter, da França, na chamada Black Session. Tem uma versão linda de Dark End of the Street. Você pode ouvir tudo aqui. O vídeo, no fim deste post, é da apresentação da moça no programa de Jools Holland. Ela desconstrói lindamente New York, New York.
Covers
Por Eduardo Graça, de Nova Iorque
Homenagens? Songbooks? Há os mais e os menos inspirados, mas o fato é que a combalida indústria musical norte-americana tem visto a emergência de projetos mais próximos dos discos-tributos, levando a uma redescoberta de clássicos e à abertura do baú de influências de artistas já estabelecidos, todos seguindo a receita de sucesso de Patti Smith. A musa punk ainda zanza pelos EUA com a vitoriosa turnê de Twelve, lançado no ano passado, em que apresenta novas versões para coisas como Gimme Shelter, dos Stones, e Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. A bela de olhos tristes Chan Marshall (ou melhor, Cat Power) já havia passeado pelos clássicos com The Covers Record, há oito anos, subvertendo Satisfaction. Agora, entre um James Brown (Lost Someone) e uma Joni Mitchell (Blue), ela reinventa a si mesmo com uma interpretação menos recolhida e mais provocadora de Metal Heart, do disco Moon Pix, de 1998. Tão inspirado quando Jukebox é o EP Ask Forgiveness, de Bonnie ‘Prince’ Billy, nome artístico do bardo Will Oldham. Belezas como I Came to Hear the Music, de Mickey Newbury e I’ve Seen It All, de Bjork, se destacam nos 30 minutos de melancolia com a voz de Meg Baird, da banda folk Espers, ao fundo. Menos feliz foi Shelby Lynne, que tentou emular a diva soul Dusty Springfield com seu Just a Little Lovin'. Dois anos e meio depois de seu mais recente CD de inéditas, ela aceitou o conselho de ninguém menos do que Barry Manilow e resolveu passear pelo repertório da legendária vocalista britânica. Mas os arranjos, preguiçosos, jogam o disco para baixo. Crise criativa no mundo da música pop? Cat Power, que abre Jukebox com uma versão da sinátrica New York, New York, refuta a suposição, apostando as fichas em um momento tanto de decadência das majors quanto de inegável liberdade musical – refletido no Brasil com o sucesso de Biscoito Fino, Trama e Dubas, e seus projetos mais intimistas. Ao lançar Jukebox, Power anunciou que já tinha terminado Sun, um CD só com inéditas. Mas avisou que este só chegará aos ouvido dos fãs mais tarde, quando lhe der na veneta. Sinal dos tempos.
sexta-feira, março 28, 2008
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2 comentários:
AMEI essa mulher!! Gente, como é que eu não conhecia? Nunca ouvi falar na Cat Power, Edu! Tô muito atrasada! =) Vou correr atrás do preju!
Cê acredita que a gente tá tão doido que Rodrigo ainda nunca nem ligou o ipod dele?!
estamos nesse nível de loucura... =)
mas muito felizes!
viva!
um beijo querido!
Maricota,
Já conseguiu parar, respirar e se delitar com a Cat Power? Um bom começo é o sensacional MOON PIX, de 1998. Um sonho!
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