quarta-feira, junho 11, 2008

ENTREVISTA/Liv Tyler

A Contigo! que chegou às bancas hoje publicou minha entrevista com a atriz Liv Tyler, estrela de O Incrível Hulk. Aí vai:

Liv Tyler
A musa de Hulk

Por Eduardo Graça, de Nova York

Não havia aliança no dedo de Liv Tyler, 30 anos, quando ela entrou na suíte do hotel de luxo localizado nas imediações do Central Park, em Nova York, para conversar com os jornalistas da imprensa internacional. Há no ar o temor de uma conversa tensa - afinal, os rumores de que o casamento de cinco anos com o músico inglês Royston Langdom, 36, da banda The Quick, acabou, circulavam nos jornais e revistas americanos. De fato, uma semana depois de dar entrevista para a Contigo!, os pais de Milo, 3 anos, anunciaram a separação.

A tempestade pessoal pela qual passava a bela Liv, uma das estrelas do novo O Incrível Hulk, que estréia sexta-feira (13/6/2008), não transpareceu em nenhum momento da entrevista. Neste novo filme da cinessérie, cujo início retoma o ponto final do primeiro longa, de 2003 - dirigido por Ang Lee e estrelado por Eric Bana, Jennifer Connelly e Nick Nolte -, ela é a doutora Betty Ross, a namorada de Bruce Banner, médico vivido por Edward Norton, 38 - famoso em Hollywood por seu temperamento difícil (desentendimentos com os produtores do filme, sobre aspectos do roteiro, que ele assina junto com Zak Penn, 40, só provam essa sua fama de irascível) -, que busca a cura para a sua raiva radioativa, a princípio, no Brasil. Até que o pai de Betty, o general Ross (papel de William Hurt) resolve caçá-lo e ele acaba voltando aos Estados Unidos.

Filha do roqueiro Steven Tyler, 60, da banda Aerosmith, e de Bebe Buell, 54, uma das primeiras modelos de moda a posar nua para a revista Playboy e que viveu casos com Mick Jagger, 64, e Iggy Pop, 61, entre outros, Liv só soube quem era seu pai de fato quando tinha 11 anos. Três anos depois, ela já estrelava como modelo em Nova York e, cerca de seis anos adiante, em uma série de filmes que lhe renderam milhares de fãs tanto por seu talento quanto por sua beleza - como esquecer a Lucy de Beleza Roubada (1996) ou a princesa Arwen da trilogia O Senhor dos Anéis (2001/2002/2003)?

Muito bem-humorada, apesar do fim de seu casamento, ela fez questão de anunciar sua admiração pela brasileira Débora Nascimento, 22, a Andréia Bijou da novela Duas Caras (Globo), que está no elenco do filme. Generosa, a atriz, eleita sucessivas vezes umas das mais belas faces do mundo pela revista People, saiu-se com essa quando descobriu que o repórter era brasileiro: ''Eu entrava no meu trailer, via a foto dela (Débora) no filme, saía e dizia para todo mundo: 'Isso é que é mulher bonita, hein? Lin-da!'. Fiquei fazendo isso por dias a fio''. A seguir, trechos de sua entrevista para a Contigo!.

- Nossa, que barato o seu gravador de iPod!

- Pois é, ele anda fazendo um certo sucesso em Hollywood. Acho que vou pedir para o Steve Jobs (o gênio por trás da Apple) uma verba pela propaganda gratuita que eu e a Contigo! temos feito do produto dele com as celebridades!
- (rindo muito) Sabe que o meu pai (o roqueiro Steven Tyler, do Aerosmith) me deu um gravador digital mas ainda não aprendi a usar? Ainda estou na fase do velho toca-fitas. Eu adoro fitas e não ligo de vê-las empilhadas, com um monte de rabiscos meus. Também adoro ver um CD na minha frente, com aquela imagem, aquele desenho, que me diz do que se trata. Como vou saber naquele abismo de MP3 o que de fato eu quero ouvir hoje?

- Sendo filha de quem é, deve ter passado uma fase gravando coletâneas de fitas das suas bandas preferidas, não?
- Claaaaaaaro que sim! Ainda guardo algumas daquelas mixtapes. Tem muito Led Zeppelin, Sonic Youth e Iggy Pop, meus favoritos. Atualmente, ando obcecada pelo Gram Parsons, já era fã dele na adolescência, mas agora estou ainda mais. Também gosto muito, muito, muito de Kings of Leon e The Kills. E adoro aquela coisa cool, bem anos 70, do Devendra Banhart. Ouço tudo em aparelhos de som que tenho no banheiro e na cozinha!

- Som no banheiro e na cozinha? Isso é coisa de quem tem filho pequeno, não é?
- É verdade. Quase sempre me pego fazendo alguma coisa com o Milo enquanto ouço rock clássico no rádio mesmo, sabe? Por isso o CD-player fica no banheiro, onde eu consigo ouvir música e dançar debaixo do chuveiro. Milo adora dançar comigo! Mas ele já tem gostos bem definidos, mesmo aos 3 anos! Outro dia, coloquei uma música dos Ramones e ele teve o topete de me pedir para trocar de faixa imediatamente (risos)! É engraçado, porque ele ama Sex Pistols (mais risos). E, como você pode imaginar, o que mais ouço em fitas cassetes são historinhas de criança. Ele ama! O sonho da minha vida, de toda a minha vida, era ter um filho. Nunca tive um sonho específico sobre carreira, por exemplo.

- E você deve ter vivido uma infância daquelas, eu imagino...
- Muito excêntrica, né? Sim! Boa parte dela foi recheada de fantasia. Da fantasia, inclusive, de ter um filho. Então a experiência da maternidade foi tudo o que eu imaginava e ainda mais. É o trabalho mais difícil da face da Terra, mas o mais recompensador também. Me sinto sortuda e maravilhosa por ter encontrado meu pequeno parceiro de crimes (risos). É uma bênção.

- Você acha que a maneira pouco convencional como foi criada fez com que você se tornasse uma mãe um pouco mais conservadora?
- Bem, minha vida exige muita flexibilidade, como você pode imaginar. Mas eu diria que o mais importante para mim, hoje, é que Milo saiba que eu sempre estarei ao lado dele. Ele é a prioridade da minha vida. Nós vivemos um pouco como ciganos, tem filmagem em Toronto, nos mudamos pra lá por três meses. Voltamos um pouco para casa, em Nova York, e embarcamos de novo para o mundo. Quando Milo vê um trailer na rua, ele aponta, todo animado, e diz: Olha lá a casa da mamãe (risos). Sei que isso vai mudar quando ele estiver mais crescido, mas, por hora, gosto de olhá-lo nos olhos o máximo possível e ter a certeza de que ele está sendo ouvido. Sempre.

- Você gostaria de ter mais um filho em breve?
- Adoro ser mãe, mas, olha, Milo tem toda a minha dedicação agora e estou cada vez mais apaixonada pelo meu trabalho. Humm... Nunca entendi esta coisa de planejar filhos. Gravidez é um estado milagroso, se vier, vou amar.
- Sua vida romântica mudou com a chegada de Milo?
- Sim, claro! Não há muito romance quando chega um filho. Você está tão apaixonada por seu filho e ao mesmo tempo não tem muito tempo nem para dormir nem para ficar com seu marido. É um período de transição, creio, pelo qual todo casal passa. Tenho uma faxineira duas vezes por semana, mas adoro cozinhar. Sou eu quem lava os pratos e, aqui e ali, coloco a roupa toda para lavar, com Milo me ajudando. Não estou querendo dizer que sou Cinderela, mas nunca gostei de ter um bando de gente me ajudando o tempo todo, sabe? Gosto de ser protagonista de minha própria vida, gosto de saber que estou no controle.

- Diz a lenda que é especialmente difícil criar uma criança em Nova York...
- É que tudo é muito, muito caro. É preciso ter algum dinheiro para se viver aqui hoje em dia com família. Por outro lado, você tem os mercados mais sensacionais na sua rua, parques e playgrounds em cada esquina, portanto é bem conveniente também. Tento passar o máximo de tempo com ele. E sou sortuda: ele é um anjo! Não é uma criança egoísta, mas é independente. Ele não fica atrás de mim o tempo todo e já gosta de sua privacidade. Vejo outras crianças chamando mamãe, mamãe o tempo todo e ele, não. Às vezes, fico pensando se seria bom ele ser um pouco mais grudado na barra da minha saia (risos)! De qualquer modo, estou sempre viajando, por conta das filmagens, com Milo. Ele fica todo feliz, afinal, nesta idade ainda está com os horários mais flexíveis.

- Mas vocês não acompanharam o Edward Norton nas filmagens no Brasil, né?
- Nem me fale! Eu já era conhecida pelos roteiristas como uma ''mala'' pois vivia pedindo para eles criarem alguma situação qualquer para eu ir ao Brasil (risos). Bolei até uma seqüência de sonho em que eu passava um bom tempo deitada nas areias de Ipanema, no Rio, mas por alguma razão muito estranha eles não se comoveram (ri muito)! Mas eu preciso dizer uma coisa sobre o Brasil...

- Ai... fale então!
- Não é nada ruim, não! Ao contrário! É que eu fiquei completamente fascinada pela beleza da atriz, muito jovem, que está no nosso filme e faz a amiga brasileira de Bruce Banner...

- A Débora Nascimento?
- Eu literalmente não consigo olhar para a foto dela sem cair para trás. É insano! Escreva o que eu digo: ela será uma estrela. Uma sensação, da noite para o dia! Ela é tão linda! E nas fotos do filme, ela estava toda molhada de suor, com aqueles lábios e seios! Gente, esta mulher é poderosa! Ela é de uma beleza fenomenal.

- Mas você, com todo o respeito, também é fenomenal...
- Não! Não! Ela é fenomenal em um outro nível! Eu passava pela foto dela no trailer e não conseguia parar de pensar: mas quem é esta pessoa? E como é que, no mundo real, o Bruce Banner voltaria para mim e deixaria ela lá no Brasil? No way (risos)! Ele deveria fugir com a brasileira!

- Você agora vai dizer também que não tem nenhum cuidado especial com sua beleza...
- Sigo uma rotina que aprendi desde menina. Lavo sempre que posso o rosto, por exemplo! E minha avó, minha mãe e meu pai são bem vaidosos. Colocar creme no rosto e no corpo e passar fio-dental depois de todas as refeições eram normas da casa. Diariamente, coloco máscaras de beleza no rosto, tenho todo um armário cheio de produtos que adoro, mas eles já não são mais especiais, sabe? São rotina. E adoro correr para manter o peso ideal. Tenho um personal trainer e adoro malhar.

- Você deve ter usado essa sua malhação um pouco no filme, não? Vi o trailer e você corre para todos os lados...
- Foi o filme que mais me exigiu fisicamente em toda a carreira. O Incrível Hulk é um longa de ação, com um monte de explosões e cenas duras de se fazer. Meu make-up era sempre às 4h da madrugada e eu pensava, ainda bem que eu tenho 30 anos (risos)!. E foi feliz também ter descoberto, depois de ter tido meu filho, uma força nova dentro de mim. É como se agora eu fosse mais forte. Usei isso no filme também. Odeio quando vejo um filme de ação e a heroína sempre está impecavelmente linda, caindo de um helicóptero com o cabelo escovado e batom impecável. Não dá, né? Neste filme, abolimos isso. Apareço bem suada, cansada, com as pernas bambas de cãibra. E adorei!

Um comentário:

Olga de Mello disse...

Adorei a entrevista, Edu. Superdivertida, alegre mesmo. O filme, na boa, não vou assistir, não, apesar de ter "o difícil" seu xará. Cansei de filmes de HQs.