quarta-feira, maio 28, 2008

Mãos-de-Vaca em NYC


Está hoje na página de turismo do portal Terra minha conversa com os autores do Guia Nova York para Mãos-de-Vaca, os simpaticíssimos Henry e Denise. A idéia é muito boa, e estes dois jovens brasileiros descobriram um belo nicho - um guia turístico para quem sonha em vir a NYC mas não quer gastar os tubos na cidade. Ó só:


Guia turístico dá dicas para "mãos-de-vaca"
Eduardo Graça, direto de Nova York

Quem disse que é preciso juntar muito dinheiro para aproveitar Nova York? Os namorados Henry Alfred Bugalho, 27 anos, e Denise Nappi, 26 anos, tiveram a idéia de escrever o Guia NY Para Mãos-de-Vaca depois de perceberem que muitos amigos deixavam para lá o sonho de viajar à "capital informal do planeta" por conta dos preços de hospedagem, passagem e alimentação na cidade, sem falar nas entradas para atrações turísticas e espetáculos na cidade que nunca dorme.

Depois de seis meses na cidade, eles perceberam que o que faltava para os amigos era um compêndio de dicas caprichadas. Foi assim que Henry - com a ajuda providencial de Denise, que diz "adorar xeretar tudo" - começou a publicar um blog apresentando uma cidade tão barata quanto divertida, ao alcance do turista brasileiro mais consciencioso. Logo, o blog virou uma comunidade no Orkut e um guia que, em português ao menos, é produto singularíssimo no mercado turístico internacional. "Este não é um guia apenas para os pão-duros ou para mochileiros. Ele também é voltado para os que têm um objetivo muito específico, como comprar produtos eletrônicos ou de informática e que querem aproveitar a cidade sem esbanjar. Ou seja, para quem quer ser inteligente na hora de manejar os gastos em uma viagem para NY", diz Henry.

A dupla, que vive no East Harlem e abriu a empresa Dog Care, dedicada ao dog walking (ou seja, passeiam com cachorros dos moradores da cidade quando estes não podem agradar os bichanos), lembra que no início tudo foi tão complicado que um belo dia eles se viram com US$ 7 no bolso para passar um dia na cidade. Foi aí que descobriram as lojas de US$ 0,99 e perceberam que o perrengue poderia se transformar em um bom conselho para turistas interessados em viver a NY de verdade, com menos fantasia mas sem perder o encanto jamais.

As dicas começaram a pipocar. Compre passagem sempre com antecedência e lembre que os vôos mais baratos são os da Japan Airlines (mas eles só vendem por telefone e em São Paulo), que segue para Tóquio, ou os da Copa Airlines (estas saem até por menos de US$ 500, mas há a parada de um dia no aeroporto da Cidade do Panamá). Ainda há a opção de se viajar de ônibus até Manaus (haja disposição para os que saírem do sul do País) e voar de lá pela TAM, lembra Denise.

Entre as diversões gratuitas mais pitorescas estão, por exemplo, a dos astros de Hollywood dando sopa filmando nas ruas da cidade (para descobrir as filmagens do dia basta fuçar a Internet, de graça, em uma das três Apple Stores da cidade, que, além de belíssimas, funcionam como o internet-café gratuito do novo milênio).

O guia também oferece dicas práticas como uma tabela de gorjetas (para motoristas de táxi e também garçons) e uma seleção de lojas barateiras para sacoleira nenhuma botar defeito. "A cidade é repleta de brechós sensacionais. Meu favorito chama-se Housing Works e fica na Rua 23. Lá comprei um casaco da Banana Republic por US$ 7,50 tão novo que a etiqueta original, de US$ 180, ainda não havia sido retirada. Também achei um livro de capa-dura de US$ 230 que o Henry queria, em ótimo estado, por US$ 1. E uma bota linda do Alexandre Herchcovitch, de US$ 250, por US$ 20", conta Denise.

Mas pergunte a qualquer turista interessado em passar alguns dias em NY e a resposta será a mesma - o gasto mais assustador é sempre com a acomodação. Os hotéis da cidade - mesmo os mais baratos - costumam cobrar em média US$ 100 por noite. Pois os mãos-de-vaca garantem que a solução são os Hostels, mais voltados para um público jovem. A rede de hotéis Jazz oferece a opção mais barata da cidade: o Jazz on Lennox, na Rua 128, no coração do Harlem, onde se dorme em um quarto com beliches e banheiro compartilhado por módicos US$ 15. Reservas podem ser feitas no site do hotel (http://www.jazzhostels.com/jazzonthelenox.php). O valor da diária ainda é dos tempos em que o bairro era considerado um dos mais perigosos de Manhattan. Hoje é um dos mais valorizados da cidade, a passos do Central Park e com suas brownstones (casas históricas, erguidas em sua maioria na segunda metade do século XIX) vendidas em média por US$ 1 milhão.

Talvez parte do segredo do sucesso do Guia NY Para Mãos-de-Vaca deve-se ao fato de Henry e Denise serem dois típicos jovens brasileiros da geração ano 2000. Eles se conheceram pela web (ela trabalhava na Varig e ele em uma livraria em Curitiba), resolveram vencer na América juntos e vivem muito bem no mundo da economia informal nova-iorquina. A hora do passeio com os cachorros sai por US$ 25. O guia é um sucesso de vendas em uma editora virtual (ou seja, os gastos de produção são mínimos) e os meninos continuam felizes descobridores de mais e mais atrações boas e baratas na cidade que já chamam de sua. "Não sabemos o que virá pela frente, mas ainda sonhamos em fazer um Guia Buenos Aires, um Madri, e, o maior desafio de todos, um Londres para Mãos-De-Vaca", conta Denise.

Dez dicas imperdíveis para mãos-de-vaca em NY

1. Jack's 99 Midtown
Localizada na Rua 32 entre a Sexta e a Sétima Avenidas, é, com seus três andares, a melhor loja das muitas redes dedicadas a produtos com valores inferiores a US$ 1 espalhadas pela cidade. Os interessados em um piquenique no Central Park encontram queijos dos mais variados sabores e nacionalidades, pãezinhos artesanais e até sanduíches prontos para os mais preguiçosos. Tudo a menos de US$ 1.

2. Metrocard
Marinheiros de primeira-viagem desconhecem as vantagens de se comprar um Metrocard (em se chegando via aeroporto JFK, pode-se comprar na estação do Air Train), que vale para o metrô e para o ônibus em toda a cidade. Como cada viagem custa US$ 2, o mão-de-vaca profissional deve estudar as vantagens de se comprar um passe diário (por US$ 7,50), semanal (por US$ 25) ou o válido por 15 dias (por US$ 47). E nunca, jamais, usar os táxis da cidade, cada vez mais caros por conta da alta do preço da gasolina.

3. Barca de Staten Island
Um dos passeios mais bonitos da cidade é completamente gratuito. Pega-se a barca para Staten Island no sul da ilha de Manhattan, perto de Battery Park. A vista é magnífica: as luzes dos arranha-céus do Distrito Financeiro, a Estátua da Liberdade, Ellis Island, aonde chegavam os turistas de toda a costa do Brooklyn com as pontes de Manhattan, Williamsburg e Brooklyn ao norte. A viagem é rápida - menos de 25 minutos - confortável e ainda é possível ver alguns dos mais famosos cartões-postais da cidade sem gastar um tostão.

4. Metropolitan Museum
É o mais famoso museu da uma cidade. E, embora muitos turistas não saibam, tem uma política clara para atrair visitantes de todas as classes sociais do mundo todo - aqui, paga-se quanto pode. O Metropolitan sugere que se pague US$ 20, mas ninguém vai chamá-lo de mão-de-vaca se você desembolsar US$ 1 para conferir o sensacional acervo do museu.

5. Broadway + e-bay
É a parceria mais explosiva para os turistas da cidade. Quer ver o musical-sensação Wicked, cujos ingressos oficiais saem por US$ 255? Entre no e-bay e compre seu tíquete por US$ 16,95, uma economia de mais de 90%. Importante: o e-bay entrega o tíquete em casa e é severamente monitorado por órgãos de defesa do consumidor, garantindo a seriedade do negócio. Na comunidade Orkut dos Mãos-de-Vaca, os quase 800 usuários colocam regularmente cupons de desconto para musicais da Broadway que podem ser usados por novos viajantes em um sistema de trocas tão democrático quanto econômico.

6. Wendy's
Os criadores do Guia NY Para Mãos-de-Vaca não têm nenhuma ligação comercial com esta rede de fast-food. Eles simplesmente recomendam por conta da relação valor/sabor. Por US$ 1,29 compra-se uma batata assada de primeira, e por US$ 3 acrescenta-se ao prato uma cobertura de chilli e um refrigerante. Os menos ousados têm ainda a opção da Ceasar Salad, por US$ 1.

7. MoMA
O museu mais caro da cidade (a entrada, obrigatória, sai por US$ 20) é também a casa do acervo mais impressionante de arte moderna e contemporânea do planeta. E, graças a uma parceria com a loja Target, oferece entrada gratuita todas as sextas-feiras a partir das 16h (e até às 20h). É só agendar bem a viagem e guardar um fim de tarde de sexta-feira para o museu.

8. Museu de História Natural
Aqui o jogo é o mesmo do Metropolitan, com a admissão para o acervo permanente ficando a cargo do visitante. O passeio é especialmente indicado para os casais com crianças, que vão adorar os animais empalhados, os dinossauros e as salas dedicadas aos continentes. De novo, mão-de-vaca profissional desembolsa apenas US$ 1 para passear pelo museu.

9. Century 21
Vir a NY e não se render a compras é como ir a Roma e não ver o Papa. Dentre as muitas opções oferecidas pela cidade, a loja de departamentos Century 21 é a que oferece um pacote de sete meias por US$ 5, toalha de banho Calvin Klein por US$ 2 e tênis Nike por US$ 30. A loja fica na 22 Cortland Street, no sul da ilha.

10. Manhattan Mall
Localizado na Rua 34, no encontro da Broadway com a Sexta Avenida, é o paraíso das sacoleiras mais estilosas. Aqui elas podem comprar as coleções da Steve &Berry¿s (incluindo a linha da atriz Sarah Jéssica Parker), a linha mais esportiva da tenista Venus Williams e os tênis Starbury, todas peças na faixa de US$ 8. Nada na loja ultrapassa os US$ 20.
Serviço:
O Guia NY Para Mãos-de-Vaca pode ser comprado por R$ 11,99 no site www.maosdevaca.com.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá!

Fui ao site para comprar o livro e os mesmos não disponibilizam mais em pdf para baixar, e temo que o livro não chegue a tempo para minha viagem. Alguém poderia me enviar o livro em pdf, eu pago o valor do mesmo!
carol_agrassar@hotmail.com