segunda-feira, junho 19, 2006

RED HOT CHILI PEPPERS/Irving Plaza (9/05/2006)


O texto abaixo está na Bizz deste mês, resenha do blogueiro sobre o show do Red Hot Chili Peppers no Irving Plaza, lançamento mundial do CD Stadium Arcadium. Uma boa coleção de fotos da noite, incluindo a que abre o post, pode ser encontrada aqui.

Eduardo Graça, de Nova Iorque

Red Hot Chili Peppers – Irving Plaza, New York City, 9/05/2006

O segurança do Irving Plaza não me pediu o crachá. Ao contrário, quando ameacei mostrar os apetrechos eletrônicos que carregava, ele sorriu e deixou escapar que ‘o que tinha de ser vazado, já vazou mesmo’. Em um show fechado para convidados e jornalistas os Red Hot Chili Peppers encararam o palco pela primeira vez desde que o baixista Flea, 43, decidiu se manifestar publicamente contra o vazamento de Stadium Arcadium na internet. Por mais de duas horas os californianos seguraram a platéia nas mãos, alternando músicas do disco duplo e sucessos do passado, com direito a participação especialíssima de Omar Rodriguez, o guitarrista do The Mars Volta, banda que vai abrir os shows da turnê mundial que começa nesta primavera na Europa.

A apresentação foi marcada para a véspera do lançamento do álbum duplo da banda, e pegou Flea com discurso pronto: “Quem baixou as músicas pela internet está ouvindo algo com uma qualidade musical péssima. Estamos arrasados. Trabalhamos por um ano e meio para gravar o épico de nossas vidas e agora um idiota colocou as músicas na rede de qualquer maneira. John, especialmente, está devastado”. Pode ser. Mas quem prestasse atenção apenas ao lado esquerdo do palco teria a certeza de que tanta dor só fez bem a Frusciante, 36. Não por acaso o batera Chad Smith, 43, vive dizendo que o grande diferencial de Stadium Arcadium chama-se John Frusciante: “Se nos discos mais recentes a cada 15 músicas o John solava em quatro, neste a guitarra manda em quase todas as faixas. Nossa turnê este ano poderia ser chamada de Frusciante Rock Show!”.

Em uma amostra do que deve acontecer nos grandes estádios – a banda deve voltar ao Brasil em 2007 – o show começou e terminou com sessões instrumentais marcadas por solos de Chad e longos rifes de Frusciante e Flea, enquanto um Anthony Kiedis, 43, especialmente afinado, dançava sem parar, freneticamente, mostrando seus músculos para um público tão jovem quanto atento. E que se animou ao ouvir Dani Califórnia, 21st Century e Snow, todas do disco novo, o nono da banda, novamente sob a batuta do produtor Rick Rubin. Mas ainda havia mais.

Teve Frusciante cantando em falsete How Deep is Your Love, o hit mela-cueca dos Bee Gees. E teve Flea estraçalhando The Needle and the Damage Done, uma das composições mais sombrias de Neil Young, olhos vidrados em Frusciante, recuperado depois de anos de vício em heroína e cocaína e agora um ferrenho adepto da meditação. Com o jogo ganho, teve até corinho em Californication, Scar Tissue e Give It Away, esta já com o reforço de Rodriguez. E a certeza de que a versão-cara-limpa dos RHCP – uma vitamina encorpada cujos ingredientes principais são o velho funk, melodias mais elaboradas e um Frusciante solando lindamente – desce redondinha.

2 comentários:

Anônimo disse...

Go Go Go Red Hot 2007 no Brasil Plx!!!

Anônimo disse...

é.. tbm quero show no brasil!