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quinta-feira, maio 08, 2008

ENTREVISTA/Matthew Fox

Ele é o Corredor X de Speed Racer, que estréia nas telonas brasileiras nesta sexta-feira. Mas é mais conhecido do público brasileiro por duas séries televisivas: O Quinteto e Lost. Conversei com ele nos bastidores do GP de Long Beach, na Califórnia. A entrevista segue abaixo:

Menino Prodígio

Matthew Fox - o alter ego do Corredor X

Por Eduardo Graça, de Los Angeles


O que um Speed Racer muda na vida de um ator? Para Matthew Fox, 41 anos, a resposta não poderia ser mais direta: "Não faço TV novamente tão cedo!". Os fãs de
Lost, ele jura, terão de ir ao cinema para seguir acompanhando sua carreira. Famoso por dois personagens de séries televisivas dramáticas — o responsável e romântico Charlie Salinger de O Quinteto e o misterioso doutor Jack Shephard de Lost (transmitido no Brasil pelo canal a cabo AXN) —, Fox avisa que está pronto para se dedicar exclusivamente a Hollywood.

Ele recebeu
Contigo! enfiado numa camisa verde sem mangas, grudada no corpo para lá de sarado, calça jeans e um jeito relaxado, porém elegante. Durante a entrevista, o ator casado com a ex-modelo italiana Margherita Ronchi, 39, parecia pensar bem antes de responder às perguntas. E apresentava um tique fatal: encarava o repórter longamente e abria um largo sorriso, que durava alguns segundos — e parecia congelar no tempo —, toda vez que percebia estar surpreendendo o interlocutor. Inclusive quando resolvia dar conselhos para a criação dos filhos — ele tem dois, Kyle, de 10 anos, e Byron, de 7. A seguir, trechos da entrevista.

- Você encarnou mesmo o Corredor X. Criou uma voz própria para o personagem e parece bem à vontade no filme... - Sabe que chegou um momento em que eu tinha a certeza de que era o ator certo para fazer o Corredor X? E essa é uma sensação incrível! Claro, passei noites rolando na cama tentando imaginar como seria essa voz, como me manteria fiel ao desenho, sem deixar de fazer algo original. O X é misterioso, icônico, fantástico. E temos uma coisa em comum: como ele, sou muito ligado à família. Meus dois irmãos (Francis Jr., 46, e Bayard, 38) são muito próximos e foram importantes na minha formação.

- Este foi seu primeiro trabalho com os irmãos Wachowski, famosos tanto pelo talento quanto pela excentricidade. Foi tranqüilo trabalhar com eles? - No nosso primeiro encontro, Andy e Larry foram cuidadosos ao extremo, como se estivessem me prevenindo sobre as complicações do filme. Eles diziam: "Você vai ter de se habituar à green screen, ou seja, imaginar os elementos com os quais terá de interagir no filme, seu personagem vai usar máscara, ninguém vai ver seus olhos, a sensação de desconforto vai ser imensa". E quanto mais eles falavam, mais eu queria filmar Speed Racer (risos). Estou cruzando os dedos para termos Speed Racer II logo, logo! E eu, cá entre nós, acho que há uma chance de a próxima narrativa passar pela continuação da história de Corredor X, de seu retorno para casa, de seu reencontro com a família. Vou adorar fazer isso!

- Em Lost você nunca sabe exatamente o que vai acontecer com o Jack. No cinema é exatamente o oposto. O roteiro fechado te ajuda a criar personagens mais elaborados?
- É essa justamente a principal razão pela qual não farei mais TV depois de Lost. O que mais gosto é justamente poder investir e construir a história do personagem. No cinema você também exerce mais controle sobre seu tempo de trabalho. Com Lost gravo sem parar de seis a oito meses por ano. Nos filmes, você pode trabalhar em algo intenso por quatro meses e aí decidir quanto tempo pode ficar desempregado até encontrar um novo projeto que te seduza. É isso o que quero, uma vida boa, sabe (risos)? Você sabe que eu cresci em uma casa no meio dos Estados Unidos, na qual televisão era proibida, né?
- Pois é. Então você não viu Speed Racer quando criança… - Não mesmo. Só vi o desenho quando os Wachowskis me convidaram para viver o Corredor X.

- E você acha que foi positivo ter passado a infância sem o aparelho de TV ligado?
- Sim, sim! Mas veja bem, não é que meus pais eram contra a TV, é que eles eram pró-livros. Acho que há várias coisas legais na TV, programas educacionais, especialmente nos dias de hoje.

- Fico imaginando como seus filhos, Kyle e Byron, conseguiriam viver sem TV...
- Nem precisa imaginar que eu te conto (risos)! Eu e Margherita (Ronchi, sua mulher) decidimos repetir a experiência, somos pró-livros também (risos)! Vivemos em nossa casa no Havaí um período sem TV. Depois, liberamos o aparelho, mas só deixávamos assistir a uma programação bem curta, uma regra que permanece hoje. O que eu acho mais importante é estabelecer limites para tudo, inclusive para o tempo que seus filhos dedicam à TV.

sábado, maio 03, 2008

Novidades da Semana

Chegou ontem aqui em casa a EW desta semana. Olha só do que se fala por aqui no mundinho do showbizz:

* Rodrigo Santoro aparece com o torso nu e de mãos dadas com Jim Carrey. Os dois filmam em Miami I Love You Phillip Morris, uma comédia-pastelão que conta a história de um casal gay que se apaixona na cadeia. Comentário do Will aqui do lado: "Meu Deus, o Rodrigo é bonitinho demais e precisa se cuidar ou Hollywood vai estigmatizá-lo como o gay latino da vez". Já teve o imperador persa com pinta de traveca em 300, e olha que por aqui ninguém viu Carandiru. Outras fotos dos bastidores da produção - Rodrigo, Jim e Ewan McGregor têm sido vistos zanzando pelos bares gay de Miami para fazer laboratório - você pode ver aqui.



* A revista ouviu gente de dentro da produção de Speed Racer, o filme-família dos irmãos Wachowski que custou, por baixo, US$ 120 milhões, temerosa de que, sendo lançado por aqui entre Homem de Ferro e o novo Narnia, o filme gere menos de US$ 30 milhões em sua primeira semana na bilheteria (no próximo fim de semana). Eu vi o filme em Los Angeles na semana retrasada (texto aqui na blog na quarta-feira, quando a Contigo! chegar nas bancas) e gostei. É diversão garantida para papai, mamãe e titia, jutamente com a criançada. Será que vai ser o fracasso da vez de Hollywood? Veremos.

* Não sou fã de reality shows, mas há uma pequena jóia na tevê americana no momento. Chama-se The Paper, estreou no dia 14 de abril, e passa todas as segundas-feiras às 22h30 aqui na MTV. Quem se lembra das tramas e sub-tramas do jornal universitário pelo qual passou Rory Gilmore em Gilmore Girls vai adorar descer o nível para a high-school e entrar no dia-a-dia de um jornal sério (na medida do possível) de uma típica escola norte-americana. O programa revela o cinismo, a ignorância, o marasmo e as expectativas de um bando de jovens no coração do império. Um gostinho do que já já vai chegar ao Brasil:

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Entrevista/RICKY GERVAIS

A Folha de S.Paulo publicou hoje, na capa da Ilustrada, minha conversa com o comediante Ricky Gervais, uma das razões para se assistir tevê aqui nos EUA. Aí vai:

O bobo da corte

O comediante Ricky Gervais, criador da britânica "The Office", conversa com a Folha sobre sua estréia em Hollywood com "The Ghost Town" e diz "não ter prazer em ver seu rosto gordo na tela'

Ray Burmiston
O ator, cujo espetáculo novo, que começa em julho, já está esgotado em NY e LA


EDUARDO GRAÇA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Ao deparar-se com o comediante britânico Ricky Gervais, 46, no entra-e-sai de um elevador cenográfico, a primeira reação da reportagem é de surpresa. Ele parece menos redondo do que na TV, na qual criou dois personagens únicos, David Brent, da versão britânica de "The Office", e o acre-doce Andy Millman, de "Extras", indicada ao Globo de Ouro. Gervais é hoje um midas do humor britânico prestes a estrear em Hollywood. Além das duas séries, que escreve e dirige ao lado de Stephen Merchant, ele estrelou três bem-sucedidas turnês de stand-up comedy. "The Ricky Gervais Show", que o ator comanda ao lado de Merchant e Karl Pilkington, foi o podcast mais baixado em 2007, segundo o "Guiness", enquanto sua série de livros "Flanimals" alcançou a condição de best-seller. No Youtube, dá para ver Gervais em diversas facetas. Basta fazer a busca por seu nome sozinho ou ao lado de Stephen Merchant, também um excelente provocador de risadas. "Não tenho prazer algum em ver meu rosto gordo na tela. Também não me interessa ficar podre de rico e muito menos famoso. O que quero é criatividade, criatividade e mais criatividade. Esta é a recompensa diária que busco o tempo todo", disse Gervais à Folha, no estúdio onde roda "The Ghost Town", o primeiro filme que protagoniza em Hollywood.

No longa, com Greg Kinnear e Téa Leone no elenco (e que deve estrear no Brasil em setembro), Gervais vive o dentista Bertram Pincus, que ressuscita sete minutos depois de ser declarado morto e passa a ver e ouvir fantasmas. O diretor David Koepp, que assina o roteiro do novo "Indiana Jones", revelou que tinha em mente Jim Carrey para o papel principal do filme. A aposta em Gervais, que estréia na direção em 2008, é o reflexo de seu imenso poder de fogo na indústria cultural americana. Seu novo espetáculo cômico, "The Out of England Tour", tem ingressos esgotados em Nova York e em Los Angeles, apesar de as apresentações só acontecerem em julho de 2008. Nem Chris Rock poupa elogios sobre o ator britânico. "Gervais é o comediante mais engraçado do planeta", disse.

"Meu senso de humor é uma arma", diz Gervais

Ator britânico fala sobre "This Side of the Truth", primeiro filme que irá dirigir, e que começa a ser rodado em 2008

Comediante diz que não se vê como um ator, mas um escritor acima de tudo; ele fala sobre a dificuldade de apenas interpretar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Exibido amanhã no Reino Unido, o último episódio de "Extras" trouxe um Ricky Gervais ácido, esculhambando as celebridades em uma dura -mas não menos hilariante- análise da televisão atual. "De certa forma, encaro meu senso de humor como uma espécie de arma. Minha comédia nasce de meu desejo de desabafar, de subverter o próprio meio em que circulo", disse Gervais à Folha, em uma conversa que contou com outros jornalistas, no estúdio onde filma "Ghost Town". Leia a seguir os principais trechos:

Comando
Não ter o controle do que eu vou falar, não ter escrito o roteiro do filme, não estar dirigindo, é duro pacas! É barra-pesada para mim não estar no comando, não poder dizer às pessoas o que fazer.

Futuro
Não me vejo como um ator, desses que a gente contrata para fazer um filme. É muito, muito difícil, eu embarcar em um projeto que não seja o meu, sabe? Quando penso em mim profissionalmente, me vejo como um escritor acima de tudo. Um roteirista, um escritor, um cara da caneta e do papel, sabe? Depois vem o diretor e o ator, nessa ordem.

"The Office"
Gosto muito da versão norte-americana de "The Office". Steve Carrell é sensacional e o personagem é dele, uma outra coisa. "The Office" era um projeto caseiro, mínimo. Nossa pretensão era a de levar para a TV algo que não havia sido tentado antes na Inglaterra. Até resistimos ao fato de sermos aprovados por um canal grande [a BBC], porque temíamos não ter a liberdade para fazer tudo o que pretendíamos. E, ironicamente, ele se transformou neste imenso produto.

Estréia na direção
No ano que vem dirijo meu primeiro filme, "This Side of the Truth". Vai ser passado em uma destas Springfields da vida. Nesta cidade, por uma questão genética, ninguém mente, é um mundo de honestidade completa e absoluta. Mas meu personagem descobre, para horror próprio, que, por conta de uma mutação, ele agora é capaz de mentir.
E isso o transforma em um super-homem! Ele se sente invencível e claro, passa por poucas e boas até aprender algumas lições de vida.

Processo de criação
Com "The Office" e "Extras", o processo de criação foi bem parecido. Eu e Stephen (Merchant) nos reunimos e fomos guardando tudo num gravador. Depois ouvimos de novo, fizemos anotações. Foi assim também quando fomos convidados para escrever um episódio de "Os Simpsons" (em que seu personagem faz uma famosa serenata para Marge).

Estrela de Hollywood
Fala-se muito nesse mito de fazer o protagonista de um filme. Mas aqui eu não faço um típico mocinho de filme de ação ou tento parecer mais novo do que sou. Estou apenas fazendo comédia e encarnando um idiota. O que, modéstia à parte, eu faço bem pacas, né?
(EDUARDO GRAÇA)