Mostrando postagens com marcador teatro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador teatro. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, junho 05, 2009

Broadway 2009: Uma Senhora Temporada

Está na revista de fim de semana do Valor Econômico a reportagem do escriba aqui sobre a temporada que acaba este fim de semana da Broadway. O teatro em tempos de crise econômica deu uma reviravolta interessante, com espetáculos mais subversivos e politizados.

Ó só:

O Despertar da Broadway

Temporada é marcada por temas subversivos e incômodos, opostos ao escapismo de Hollywood.

Por Eduardo Graça, para o Valor , de Nova York

Abela adormecida. Essa é aimagem cunhada pelos principais críticos de teatro, diretores, produtores e atores que fazem de Nova York talvez o maior palco do teatro comercial do planeta para definir a Broadway em termos de crise. Menos por conta da ingenuidade da personagem da Disney — há décadas a senhora absoluta da Times Square — e mais pelo choque de realidade, a Broadway dos anos Obama parece ter acordado para o mundo que a cerca. A temporada, que tem seu ato final neste domingo com a premiação do Tony, foi marcada por espetáculos surpreendentes que giraramemtorno de temas subversivos, incômodos e inteligentes, opostos exatos ao escapismo fácil que tomou conta de Hollywood no mesmo período.

Tome-se por exemplo o soturno “Hair” criado por Diane Paulus, uma diretora celebrada pela adaptação disco de “Sonhos de uma Noite de Verão”, durante seis anos atração obrigatória no circuito alternativo da cidade.

A última cena de “Hair” traz o protagonista imolado, sobre a bandeira tricolor, enquanto se ouve, sem a graça hippie presente no filme de Milos Forman, a trupe entoar “Let the Sushine In” a capella. Ao voltar a 1967, ano em que a peça foi encenada pela primeira vez, inaugurando o Public Theater, Diane Paulus não deparou “com um mundo hippie-happy”.

“Não, aquele era um momento tenso, divisor de águas. Não era fácil para os jovens”, diz.

Daí a decisão de centrar fogo na história de Claude, filho de imigrantes que busca desesperadamente o significado de ser americano. “Ele se pergunta se ser patriota é acreditar nos ideais americanos, na liberdade que pressupõe a crítica aos governantes de seu país, ou se esse sentimento tão fundamental para quem vive aqui se traduz em vestir um uniforme e pegar em armas por seu país”, comenta Diane.

O conflito interno do jovem de cabeleira loura é, na visão da diretora, a encruzilhada emque se vê a própria América do século XXI. E o sacrifício de Claude (vivido na peça pelo ótimo Gavin Creel, indicado para o Tony de melhor ator) é das cenas mais fortes de uma temporada intensa nos teatros nova-iorquinos.


“É intenso sim. Mas belo também. Queria que esse lado da história de ‘Hair’ fosse revelado. A gente imagina ‘Let the Sunshine In’ como algo para cima, um mantra hippie. No filme, há a referência à highway, à liberdade ianque. Mas para mim é o oposto. Trata-se de um grito desesperado por um mundo novo. É a tribo de jovens sentindo que perdeu Claude, morto em uma terra distante. É um grito gutural, de dor, por Claude, mas também é uma visão de um futuro de morte e guerras.”

Nos últimos três meses, os reis leões, as mamma mias e as mary poppins receberam a companhia — e com casa cheia — de seres nascidos da imaginação de Ionesco, David Mamet, Samuel Beckett ou Yasmina Reza. E também de musicais oriundos ou aparentados ao cinema, mas distantes do pedigree Disney, como “Hair”, “West Side Story” e, acima de todos, “Billy Elliot”. Com 15 indicações para o Tony, o espetáculo, sucesso de público e crítica na Inglaterra e na Austrália, traz a depressão econômica do thatcherismo para a sala de jantar da Nova York pós-colapso deWall Street. Não há herói mais exato, em tempos de vilões como Bernard Maddoff, do que o bailarino filho de operários da quase defunta indústria do carvão vivido no palco pelos talentosíssimos David Alvarez, Trent Kowalik e Kiril Kulish.


Foi, também, uma temporada com estrelas para todos os lados, com William H. Macy (“Fargo”) em “Speed-the-Plow”, de Mamet, Jane Fonda como uma doente terminal bailando com o fantasma de Beethoven em “33 Variations”, Susan Sarandon e Geoffrey Rush em “Exit the King”, de Ionesco, James Gandolfini (“Família Soprano”), Jeff Daniels (“A Era do Rádio”), Hope Davis (“Synecdoche, Nova York”) e Marcia Gay Haden (“Pollock”) destilando humor negro na comédia sensação da temporada, “God of Carnage”, deYasmina Reza, Daniel Radcliffe (“Harry Potter”) nu em “Equus”, Nathan Lane (“Os Produtores”) visitando “Esperando Godot” e, sim, Will Ferrell (“Mais Estranho Que a Ficção”) enterrando de vez George W. Bush com seu cáustico “A Final Night”. E ainda há uma rendição estelar de “Mary Stuart”, de Schiller, a estreia de Neil LaBute nos palcos da Broadway e o tão impressionante quanto improvável “Next to Normal”.


“O resultado é que neste domingo os eleitores do Tony terão uma tarefa dificílima, algo que não acontecia havia décadas”, afirma, entusiasmado, o crítico Ben Brantley, do “The New York Times”.

Em uma temporada que também quebrou recordes históricos de bilheteria — um total, até esta semana, de US$ 943,3 milhões em ingressos para 43 espetáculos —, “Hair” foi o precursor de uma onda “cabeça” que tomou conta dos palcos de Manhattan.

Apresentado no verão de 2008 no Central Park, muitos duvidavam que o revival chegaria à Broadway, inclusive os patrocinadores originais, que deixaram de apoiar um dos hits de 2009. “Havia uma ansiedade no ar. Era como se a gente quase tivesse se esquecido de como seria o país se a mudança viesse”, diz Diane Paulus.

“Hair” se alimentou dessa energia como poucos na Broadway. “E agora o espetáculo, com Obama no poder, se transformou em algo diferente. A celebração que ocorre ao fim de duas horas, com a plateia dividindo o palco com os atores, vem dessa certeza de que você, o público, pode ser o agente transformador”, acrescenta a diretora.

Nada mais próximo da liturgia obâmica. E Paulus, que acaba de assumir a direção do prestigioso American Repertory Theatre, em Cambridge, e é fã ardorosa do trabalho do diretor Augusto Boal, concede que Let the Sunshine In contém um suspiro de esperança. Esta talvez, arrisca, seja a senha para se entender o momento rico pelo qual passa a Broadway. Realismo doído com esperança pé-no-chão. “Havia um sentimento fúnebre, com a crise econômica, as pessoas perguntando: com a queda de Wall Street, há lugar para a Broadway tal qual a conhecemos? Que espaço há para o teatro nova-iorquino nessa realidade? Procuramos então transmutar um produto de luxo para algo mais essencial na vida em comunidade. As pessoas querem refletir sobre o que estamos passando, e querem fazer isso irmanados”, diz Paulus.

Em uma sociedade cada vez mais poluída por aparatos eletrônicos e espaços na internet que parecem celebrar uma das características mais emblemáticas do imaginário norte-americano, o individualismo libertário, a eleição de um líder comunitário à moda antiga, embora alavancado à presidência por milhares de doadores anônimos reunidos de modo virtual em comunidades eletrônicas, parece ter despertado no cidadão – vá lá, no público – o desejo de comunhão cantado por Paulus em prosa e patchulí. De certa forma, Barack e Michelle Obama sintetizaram este momento cultural ao prestigiarem, no fim de semana passado, outro dos espetáculos mais fortes da temporada, Joe Turner’s Come And Gone, de August Wilson, um dos mais influentes dramaturgos de origem negra do teatro contemporâneo norte-americano, falecido há quatro anos.

Segundo capítulo de sua enciclopédica seqüência de dez peças sobre a vida do negro norte-americano após o fim da escravidão, Joe Turner, indicado para o Tony de melhor re-encenação, é um exercício sobre a migração forçada e a busca da identidade cultural e étnica no centro econômico do planeta. Inseridos de forma confortável na sociedade de espetáculo norte-americana do século XXI, os Obama chegaram de limusine ao Lincoln Center, foram aplaudidos de pé por 10 minutos e levaram fãs a manifestações de tietagem e desespero beatlemaníacas.

No dia seguinte, a direita imediatamente lembrou que, em tempos de recessão, a imagem de um presidente conduzindo a primeira-dama – foi ‘promessa de campanha’, dizia um sorridente Barack – com toda pompa por uma noite que incluiu ainda um jantar em um restaurante especializado em produtos orgânicos era um luxo que desafiava o bolso e a paciência dos eleitores. Do outro lado do muro ideológico, se lembrou do retrato mais marcante de George W. Bush, figurino de piloto da Força Aérea, o monólogo ensaiado da ‘missão cumprida” em um porta-aviões, coreografia ensaiada com esmero, logo após a derrubada de Saddam Hussein durante a invasão do Iraque. Fim de ato.

Houve também quem apontasse a decisão estratégica dos Obama de prestigiar a Broadway e não uma grande première em Hollywood. Se no cinema há uma rendição ao escapismo nu e cru, o teatro mais comercial parece infectado pelo vírus do debate de idéias. “Adoraria que presidentes encontrassem tempo em sua agenda para se abrir aos saudáveis e formativos efeitos do teatro sério. Afinal, com a exceção de Abraham Lincoln, não consigo me lembrar de nenhum outro. E a famosa frase de W.H.Auden sobre a relativa incapacidade da arte de afetar nossas vidas reais, bem, o mesmo se pode ser dito da atividade legislativa”, escreveu o critico de teatro do Los Angeles Times, Charles McNulty, celebrando os bons augúrios que vêm de Midtown Manhattan.

De volta à rua 45, Tom Kitt e Bryan Yorkey, respectivamente música e letras de Next to Normal, concordam que este foi o momento certo para apresentarem um espetáculo coreografado de duas horas e meia sobre uma mulher que, além de típica moradora do subúrbio americano, é, também, bipolar. Eleito pelo The New York Times como o melhor musical da temporada, Next to Normal tem direção de Michael Greiff (Rent, Grey Gardens) e recebeu 11 indicações para o Tony. Primeiro musical da história da Broadway a girar em torno da psicose maníaco-depressiva, Next to Normal foi apresentado por Ben Brantley como um mix de telenovela com a ópera-rock Tommy, do The Who. Espécie de papa informal da crítica teatral em Manhattan, o jornalista, que costuma ser econômico em seus elogios, também escreveu que “este corajoso musical, que nos tira o fôlego, não é o típico musical que o fará sentir bem. Não, este é um musical que o fará sentir muito”.

Esta foi, para Kitt e Yorkey, a temporada em que a Broadway não teve medo de buscar a emoção verdadeira. “Houve um distanciamento da emoção sintética. Muita gente apostou que, com a crise econômica, as platéias buscariam um divertimento fácil. Mas as platéias de Nova York estão respondendo com júbilo aos shows que lidam com o real. Há até mesmo uma busca pelo mais doloroso, pelos shows que tratam da condição humana. Funciona como uma catarse. E eu acho o máximo”, confessa Yorkey.

Tom Kitt lembra que há espetáculos para todos os gostos e, sim, claro, é possível passar uma semana em Nova York sassaricando pela Broadway e encontrando conforto fácil para mentes e corações. “Mas o gratificante de se ver são espetáculos que em outros momentos teriam maior dificuldade para encontrar o grande público, pois giram em torno de temas mais sérios, com a casa cheia. O que levou Next to Normal às 11 indicações do Tony foi o desejo da platéia de entrar noite adentro lidando com questões de certa forma mais difíceis de serem discutidas na forma de teatro musical”, diz.

sábado, junho 21, 2008

ENTREVISTA/Paulo Szot

Está no Portal Terra minha entrevista com o barítono Paulo Szot, 38 anos, o primeiro brasileiro a ganhar um Prêmio Tony, o Oscar do teatro americano. Conversamos ontem de tarde no Central Park e, apesar de visivelmente cansado, Paulo foi um doce de simpatia. As fotos são minhas e da querida Luciana Medeiros. Ó só:

Arte e Cultura


"Foi uma vitória de todos nós", diz vencedor do "Oscar" do teatro

Eduardo Graça
Direto de Nova York


A última vez em que um artista oriundo do Brasil fez tamanho sucesso na Broadway, ela usava um tutti-fruit hat na cabeça. Se não chegou a influenciar a moda da cidade como Carmen Miranda (não se sabe - ainda - de uma súbita disparada às clínicas de cirurgia plástica afim de se conseguir reproduzir as belas feições do barítono paulistano), Paulo Szot, 38 anos, é a unanimidade mais inteligente da vida artística nova-iorquina.


Sua aparição como o fazendeiro Emile de Becque do clássico musical de Rogers & Hammerstein em cartaz (com lotação garantida até setembro) no Teatro do Lincoln Center foi um acontecimento que levou críticos a louvá-lo como uma das razões do retorno da era de ouro dos musicais à sua vizinhança mais nobre. Detalhe: Szot disputou o papel com outros 200 candidatos. Por incrível que pareça, a atual versão de South Pacific é o primeiro revival na Broadway do musical vencedor do prêmio Pultizer em 1949.


Menos alto do que parece - seus 1,85m ganham centímetros extras por conta da postura elegante, que revela a disciplina de atleta - o barítono conversou com o Terra no Central Park quatro dias depois de saborear o prêmio Tony (o Oscar do teatro norte-americano) de Melhor Ator em um musical na atual temporada, feito jamais alcançado por outro brasileiro.


"Foi uma vitória de todos nós", disse Paulo, que já havia estrelado na New York City Opera produções de L'Elisir d'Amore, Carmen e Le Nozze di Figaro. Ópera, Broadway, música popular brasileira (ele prepara um CD para o mercado brasileiro com arranjos de Wagner Tiso), não importa. "O que não vale é preconceito. Se é bom, quero cantar", diz.
Paulo Szot fica até o fim de novembro em cartaz com South Pacific, viaja para a França no fim do ano e retorna para algumas apresentações especiais do musical em 2009. Confira trechos da entrevista com o cantor-ator:

Público

"A maior diferença entre o público de ópera e o da Broadway é o espaço físico. No teatro do Lincoln Center eu fico a um metro do público. Sinto muito esta energia e isso me ajuda muito. Algumas das canções que eu canto como Some Enchanted Evening são conhecidas dos americanos, que desde criança as escutam. E eu consigo escutar parte do público cantando comigo, em murmúrio, as músicas. É bem bonito. E também me dá a segurança de que, se, por um acaso, eu esquecer a letra, alguém vai me dar a dica ali, na hora. Esta presença do público, tão intensa não existe na ópera".

South Pacific

"Senti a sede dos americanos em rever este musical que ficou 60 anos fora da Broadway".


Paulo, ator
"Foi uma descoberta para mim. Ao contrário da ópera, em que a música te conduz o tempo todo, na Broadway ela, em determinado momento, pára. E você precisa encontrar no texto um ritmo próprio. É algo bem diferente do que eu fazia e tive a sorte imensa de contar com um diretor como o Bartlett Sher (também vencedor do Tony este ano como melhor diretor de 2008) e de contar com um elenco paciente, que entendeu o desafio-extra de encontrar a música no texto em uma língua que não é a minha nativa".

A Persistência
"Foi uma batalha conseguir encontrar o ritmo perfeito das falas em inglês. Lembro que nas duas primeiras semanas eu cheguei a pensar: vou-me embora, não sei fazer isso aqui não! Dava um certo desespero. Depois de 11 anos de carreira, tive novamente a sensação de estar no palco pela primeira vez. Tem o lado bom desta sensação, claro, que é o desafio. Agora, principalmente quando o desafio dá certo, né? (risos) E neste caso a resposta foi imediata, já no primeiro espetáculo o público veio abaixo e a crítica foi menos severa do que a de ópera, onde há sempre um porém. Fui muito bem aceito por todos".

Saudades do Brasil

"Adoro Nova York, principalmente agora que está mais quente. No inverno, sofro muito. Tenho saudade da temperatura amena, mas, principalmente, de falar português. Já há alguns anos canto menos no Brasil por conta da diferença no nível de organização das produções. Este é meu maior problema, as coisas aparecem muitas vezes de última hora e eu acabo não podendo me apresentar para os brasileiros com a regularidade que eu gostaria. Fico um pouco frustrado, adoro a platéia brasileira, adoro me relacionar, por exemplo, com São Paulo, que é minha cidade. Quem sabe no ano que vem?"

O Disco Brasileiro
"A idéia é gravar este ano e lançar no começo de 2009. Quero que este disco celebre esta nova fase. Serão arranjos de Wagner Tiso e só posso adiantar que ele será terá alguns números de musicais americanos temperados com boa música brasileira. Ainda não definimos todo o repertório, mas posso garantir que pelo menos um Tom Jobim estará lá".

O Tony do Brasil

"Sinto, honestamente, que toda vez que um brasileiro recebe um prêmio, seja uma medalha nas Olimpíadas, uma Copa do Mundo, ou um laurel artístico que ele é sim, por direito, de toda a nação. Temos tantos problemas no Brasil que quando nos evidenciamos de alguma maneira, as pessoas em geral, e é o que estou sentindo neste momento, têm esta necessidade de repartir. De repartir a alegria com o país. E é muito gostoso ter esta experiência, sabia? É claro que é um reconhecimento importante, o ego do artista fica preenchido. Mas ele é sempre, também, para os familiares, os amigos, o país que pela primeira vez recebe esta lembrança".


A Disciplina

"As pessoas perguntam o que acontece depois que se ganha um Tony. Para mim nada mudou, não tive férias não. São oito espetáculos por semana! No dia seguinte eu já estava no teatro. Tenho uma rotina de atleta. Penso como um atleta. Tenho horário para comer, para dormir, para descansar. Já foram mais de 130 apresentações de South Pacific e a disciplina é fundamental. No dia da apresentação do Tony nós tivemos um ensaio às nove a manhã no Radio City Hall (local em que ele seria apresentado), voltamos para o Lincoln Center, fizemos nosso espetáculo, fizemos o show do Tony, teve todo o nervosismo do prêmio e depois a noite seguiu. Tenho de ter muito cuidado. Dois dias por semana eu faço duas apresentações de South Pacific. Se não dormir, em casa, entre um show e outro, simplesmente não tenho forças para fazer o próximo".


Sensualidade e Sex-Appeal

"É legal saber que isso aconteceu, claro! South Pacific é uma história de amor ardente, da paixão que um homem mais velho sente por uma enfermeira. E desta urgência que ele sente em viver esta paixão, ameaçada pelo preconceito. Este é o tema central do musical, que é bem sério e que, desta vez, é ainda mais explicitada do que na versão original. Mas esta coisa da sensualidade não é mérito exclusivo meu. No meu caso, contracenar com a Kelly O'Hara (indicada ao Tony por melhor atriz em 2008), que é uma atriz sensacional, foi fundamental para encontrar esta sensualidade. Penso que a coisa do sex-appeal é muito mais do personagem do que minha".

Internet & Um Mundo de Opções
"
Vivo on-line. Fico conectado o tempo todo, inclusive no meu camarim. Desde 1998 não vivo sem Internet. A vida de cantor de ópera exige que você mude de cidade a cada dois meses. Minha única exigência sempre é saber se o hotel em que ficaremos tem Internet. Para mim, não tem jeito. Para falar com a família, com os agentes que estão mundo afora, é fundamental. Não tem jeito, Internet é tão fundamental quanto água. E para quem navega pelo Terra vai um toque - fiquem abertos para todas as formas culturais. Tem muita gente que gosta de ópera e aí não curte musicais, ou gosta de música popular e não ouve os clássicos. Isso é uma grande besteira. Existe a boa música, que pode ser encontrada nos mais variados gêneros artísticos. Mantenha a cabeça aberta e encontre coisas legais em todos os cantos."


A Estrela Que Sobe

"A experiência na Broadway não poderia ter sido melhor. Não troquei a ópera pelo teatro musical - foi um acréscimo. Mas sempre que tiver um papel adequado à minha voz e ao meu perfil, estarei interessado. Há dois musicais que amaria fazer, talvez quando estiver um pouco mais velho - O Violinista no Telhado e The Man of La Mancha. A Broadway me rendeu muitos frutos e me deixou mais aberto para novas empreitadas, então, claro, Hollywood seria uma experiência muito interessante também! Por que não?"