Acabei de descobrir:
(Abrigo)
Há uma casa,
como casca,
crosta presa
nas costas.
Cicatriz de um
ninho quente,
vermelho de
fogão de lenha,
infância
onde o homem
já não cabe.
Há uma casa
branca corno
a cal, vazia,
imaterial,
que flutua
no espaço,
onde o corpo
busca guarida
quando a vida
já perdeu
o seu sal.
De: GALVÃO, Donizete. In: Traçados diversos. Uma antologia da poesia contemporânea. Org. por Adilson Miguel. São Paulo: Scipione, 2009.
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quarta-feira, março 25, 2009
domingo, janeiro 13, 2008
Poesia Sem Permissão: Maria Rezende
Passei parte da tarde de céu azul e sol que não esquenta ninguém no inverno modorrento do Brooklyn me deliciando com os novos poemas da velha amiga Maria Rezende.
Este me tocou fundo, hoje, especialmente:
Há fogo na noite e fogo ao meio dia.
Num banco de jardim um homem chora.
Orquídeas, bromélias, marias-sem-vergonha conversam distraídas.
Num quarto qualquer fora da cena há uma criança, é Natal e ela abre os presentes.
Mas isso já é outro flashback, ou o homem no jardim é o flashback, não se sabe.
Diante da página pautada em azul claro um olho arde – o direito.
Noite é pra dormir ou o quê?
Outras coisas são certas:
Alguém sabe inglês
Alguém escreve versos numa tarde de domingo
Alguém ama com receio
Alguém não.
Hoje quero só o não e uma noite inteira pra dormir sem sonhar.
(Maria Rezende, Bendita Palavra, 2008)
Este me tocou fundo, hoje, especialmente:
Há fogo na noite e fogo ao meio dia.
Num banco de jardim um homem chora.
Orquídeas, bromélias, marias-sem-vergonha conversam distraídas.
Num quarto qualquer fora da cena há uma criança, é Natal e ela abre os presentes.
Mas isso já é outro flashback, ou o homem no jardim é o flashback, não se sabe.
Diante da página pautada em azul claro um olho arde – o direito.
Noite é pra dormir ou o quê?
Outras coisas são certas:
Alguém sabe inglês
Alguém escreve versos numa tarde de domingo
Alguém ama com receio
Alguém não.
Hoje quero só o não e uma noite inteira pra dormir sem sonhar.
(Maria Rezende, Bendita Palavra, 2008)
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