Dois dias depois de chegar às lojas de discos aqui de NY, finalmente escutei o Tributo a Joni Mitchell lançado pela Nonesuch. Finalmente pois o disco completaria este ano uma década de gestação(uma palinha do disco vai aí embaixo, na promo da gravadora). Mas valeu a espera. Geralmente desconfiado deste tipo de celebração do artista - muitas vezes os 'grandes encontros' se revelam uma jogada de marketing, com a gravadora desenterrando, na maior cara-de-pau, figuras abandonadas em seus catálogos - saí feliz da vida com o resultado final.
Há desde as rendições de joelho (como a da conterrânea k.d.lang para Blue, do disco homônimo, de 1971) às surpresas agradabilíssimas de meu querido Sufjan Stevens (ensolarado cover de Free Man in Paris, de Court & Spark, 1973, um de meus CDs de cabeceira) e sim, Mano Caetano, transformando a caribenha Dreamland (do fraquinho Don Juan's Reckless Daughter, de 1977) em uma quase folk-samba canção. Uma delícia.
Aproveitei a viagem para levar para casa um disco essencial da canadense que desfalcava minha coleção - Ladies of the Canyon, de 1970, quando ela troca de vez a guitarra pelo piano como instrumento de acompanhamento da maioria de suas composições. Nos quatro anos seguintes ela lançaria Blue, For the Roses e Court and Spark, uma seqüência impressionante de obras-primas que, arrisco, garantem a Joni a posição de compositora mais importante da música pop norte-americana nos últimos quarenta anos.
Aos 64 anos, Joni Mitchell vive tranqüilamente em Los Angeles, segue fumando um cigarro atrás do outro e, depois de anunciar a aposentadoria em 2002, está finalizando um novo disco de inéditas, Shine, inspirado pela invasão do Iraque. Em março último ela foi o tema de um imperdível documentário na Radio 2 britânica, Come in From the Cold, em que revela que começou a compor para desopilar a dor de um péssimo casamento. 'Eu sentava com meu violão e uma xícara de café e compunha, compunha. Não tenho dúvidas de que era uma forma de exorcismo".
Oh, Joni!
sexta-feira, abril 27, 2007
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