quinta-feira, dezembro 14, 2006

Diretinho da Redação (51)


A vida anda tão corrida que não tenho tido tempo de atualizar o blog. Tão corrida que decidi me despedir do Direto da Redação no ano que entra. 2007 vem cheio de mudanças e depois de merecidas férias no Brasil - oba! - que começam na próxima segunda-feira, a idéia é incrementar o edudobrooklyn, dar uma sacudida mesmo no blog. Evoé!

A coluna de despedida do DR segue abaixo:

ATÉ A VOLTA

Despedidas são sempre difícies. Evitar chavões como este, tarefa ainda mais complicada. Foram dois anos e pouco no Direto da Redação, escrevendo mais ou menos um texto por semana, explorando as conexões menos óbvias, creio, entre a labiríntica Nova Iorque e o imenso Brasil.

Quase uma centena de textos, produzidos com total liberdade e que, receio, testaram, aqui e acolá, a paciência do leitor desavisado. Aos que aqui chegaram atraídos pelo brilho dos colegas do site, minhas sinceras desculpas.

Às almas profundamente generosas que por acaso sentirem de fato falta dos comentários do jornalista do Brooklyn, a produção de reportagens e entrevistas feitas a partir de Nova Iorque continuará em 2007, em alguns dos endereços mais generosos da imprensa brasileira e portuguesa.

Quando convidado pelo querido Eliakim Araújo para fazer parte da equipe do DR temi que meu primeiro exercício de jornalismo assumidamente opinativo pudesse se revelar uma armadilha para um escriba mais acostumado a dar voz aos entrevistados do que a trocar com o leitor impressões sobre as notícias que mais nos movem, os bastidores da cobertura da imprensa aqui e no Brasil, o lado pouco explorado de certos personagens e empresas canonizados pelas celebridades de ocasião. Ledo engano. Fazer jornalismo à maneira do DR foi um imenso prazer.

Os textos aqui publicados, espero, revelaram minha percepção bem-humorada, na medida do possível, destes anos especialmente atrapalhados, testemunhas do auge e das derrapadas do neo-conservadorismo por aqui e do neo-petismo nos cada vez mais tristes trópicos.

Está bem, relendo as colunas de um só folêgo reconheço que boa parte delas se revelam mais rabugentas do que espirituosas. Mas quem passou pela ocupação da Iraque e a explosão do movimento anti-imigrantes por aqui, e acompanhou o fim da pureza ideológica da esquerda por aí, há de me perdoar.

A vocês e ao Eliakim, meu eterno agradecimento. E minha torcida para que o DR continue sendo um dos espaços mais democráticos e dinâmicos da imprensa eletrônica em língua portuguesa. Até a volta.

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