quarta-feira, fevereiro 11, 2009

ENTREVISTA/AARON MILLER

O Terra Online publicou esta semana minha entrevista com Aaron Miller, autor do ótimo The Much Too Promised Land: America's Elusive Search for Arab-Israeli Peace, um livro fundamental para os inteessados em entender a política norte-americana para o Oriente Médio nos governos Carter, Reagan, Clinton, Bush I e II e, sim, com pistas importantes para a atuação de Barack Obama no que diz respeito a Israel e Palestina.

Aqui vai:

Ex-assessor de presidentes cobra rigor de Obama com Israel

09 de fevereiro de 2009

O hoje professor Aaron Miller caminha com o presidente da ANP Mahmud Abbas, durante visita do então militante palestino a Washington em setembro de ...
O hoje professor Aaron Miller caminha com o presidente da ANP Mahmud Abbas, durante visita do então militante palestino a Washington em setembro de 1997

Eduardo Graça

Direto de Nova York


Uma das estrelas do Centro Internacional Woodrow Wilson para Acadêmicos, o escritor Aaron Miller acaba de lançar nos EUA o livro
The Much Too Promised Land: America's Elusive Search for Arab-Israeli Peace (A Terra Prometida Demais: A Nebulosa Tentativa Norte-Americana de Um Acordo de Paz entre Árabes e Israelenses), um estudo dos últimos 20 anos de conflitos no Oriente Médio, ainda sem tradução em português.

Auxiliar direto de sete secretários de Estado dos EUA desde o governo de Jimmy Carter, Miller escreveu em janeiro um editorial na revista Newsweek pedindo que o presidente Obama seja mais duro com Israel e lembrando que a destruição em Gaza não ajudará Tel-Aviv a assegurar seus objetivos principais. É possível transformar o cenário de terra-arrasada em uma plataforma para a paz?

A reportagem do Terra conversou com Miller sobre as perspectivas de um novo tabuleiro de xadrez na região com a chegada de novos personagens, como a secretária de Estado Hillary Clinton e seu enviado especial para a região, o experiente ex-senador George Mitchell, conhecido por sua mediação no conflito entre católicos e protestantes na Irlanda.

Os palestinos dizem que as três semanas de ataques israelenses na Faixa de Gaza foram um massacre. Israel, por sua vez, afirma que o Hamas utilizou a própria população como escudo, sendo os maiores responsáveis pelas vítimas civis. O senhor acredita que saberemos de fato o que aconteceu na invasão de janeiro?
Não creio. Temos aqui duas narrativas completamente diferentes para justificar o comportamento e as ações de cada lado. Mas, francamente, é impossível negar ou ignorar a perda da vida humana, que, até este momento em que estamos conversando chegam a 1.300 pessoas assassinadas. E deste número, 45%, no mínimo, de civis, incluindo crianças. Também não se pode ignorar a realidade de milhares de feridos. Não tem jeito, isso acontecerá todas as vezes em que um Estado decidir operar em um área populosa, ainda que a intenção primeira de Israel claramente não fosse a de atacar civis.

E Israel alcançou seus objetivos em Gaza?
O objetivo de Israel não era apenas o de destruir o aparato militar do Hamas, mas especialmente garantir o fim da possibilidade de foguetes serem lançados de Gaza com alvos nas cidades israelenses. E eles vinham acontecendo como uma intensidade impressionante. Creio que, provavelmente, Israel conseguiu realizar este objetivo inicial, acho que não se verá foguetes na parte meridional de Israel tão cedo. Mas o preço foi muito alto. Israel alega que avisou a população dos ataques através de telefonemas e outros meios de comunicação, mas a realidade é que, naquelas circunstâncias, com a intensidade do ataque, não havia qualquer chance de não matar uma quantidade imensa de cidadãos, que foi o que aconteceu.

O senhor está falando da perda humana, que de fato é a parte mais horrenda do ataque israelense, mas também houve uma perda de autoridade de Tel-Aviv no momento em que se tenta novamente discutir a paz na região.
É verdade que as chances de paz são ainda menores agora, mas argumentaria que elas já eram mínimas antes da operação militar. Israel calculou a invasão militar com absoluta precisão. Eles estavam prontos para aceitar as conseqüências do desastre diplomático. Sim, as demonstrações nas ruas do mundo ocidental foram gigantescas, mas a questão é: o quão custoso, de fato, foi para a diplomacia israelense ter invadido Gaza? Não esqueça, uma semana depois de entrarem em Gaza, os líderes de Alemanha, Grã-Bretanha e França estavam jantando com a liderança israelense. Com os EUA e as três nações européias, as relações continuam iguais, não foram ameaçadas em momento algum. Tel-Aviv estava determinada a dar uma lição ao Hamas e não se importou com as conseqüências ou qualquer reação externa.

Uma das conseqüências políticas mais óbvias parece ser o enfraquecimento do presidente da Autoridade Palestina, Mahamoud Abbas. Há relatos de que forças do Fatah teriam reclamado extra-oficialmente com Tel-Aviv pelo fato de Israel não ter destruído de forma ainda mais incisiva o aparato do Hamas.
Não há dúvidas quanto a isso. Abbas sai ainda mais enfraquecido, mas precisamos lembrar que ele já era uma figura fraca, um comandante de um mini-Estado na Cisjordânia onde, no fim das contas, ele sequer exerce o controle de fato. Mas a síntese de sua posição débil é a de que durante estes 23 dias em que os israelenses estavam bombardeando Gaza, Abbas não pôde fazer nada, nem mesmo usar sua relação com os EUA ou Israel para salvar os palestinos. Não pôde fazer com que os israelenses parassem. Não pôde forçar uma intervenção norte-americana. E digo isso com tristeza, porque considero Abbas um bom e moderado líder. Qual o papel dele em um compromisso para o fim do lançamento de mísseis em território israelense? Nenhum. Israel também precisa lidar com o Hamas se quiser seu soldado, que foi seqüestrado, de volta ao país.

Mas é possível negociar com o Hamas?
Para Israel, esta negociação se dá através do Egito. Creio que em 10 dias teremos uma definição clara, com um cessar-fogo negociado via Cairo. Prevejo que a trégua dure pelo menos um ano e que haja, em algum momento, uma troca de prisioneiros. É o Hamas que tem poder e influência na Palestina hoje e suas lideranças o exercem, de certo modo, deixando do outro lado do espelho a fraqueza de Abbas e do Fatah.

O senhor vê o Egito como negociador-mor do conflito. Recentemente o senhor criticou o governo Bush, dizendo que os EUA se marginalizou nos últimos anos, no que diz respeito às discussões de paz na região. O senhor crê que a administração Obama mudará este cenário?
Ainda creio que os EUA têm um papel importante a cumprir no conflito árabe-israelense. Mas sou cético de que, mesmo com nossa mediação, conseguiremos avançar no estabelecimento de paz entre Israel e Palestina. Não acredito que conseguiremos resolver as quatro questões fundamentais aqui: Jerusalém, refugiados, fronteiras e segurança. Não há como se chegar a nenhum acordo hoje e não creio que os EUA conseguirão produzir uma solução. Talvez possamos ajudar a reconstruir Gaza, assegurar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, assegurar que os portos de entrada da Palestina sejam abertos, para que a economia local se desenvolva e fortalecer Abbas na Cisjordânia. Podemos até tentar promover encontros discretos entre Israel e Palestina, mas até mesmo isso requeria um enorme esforço de Washington e não estou certo de que esta é a prioridade de Obama no momento. E enquanto israelenses e palestinos piamente acreditam que eles são o centro do mundo, os norte-americanos estão focados na crise econômica. Esta será a prioridade óbvia do governo Obama.

A América Latina se sentiu completamente ignorada pelo governo Bush depois dos atentados de 11 de setembro. O senhor crê que a crise econômica diminuirá ainda mais a importância da região no governo Obama?
Sugiro a você que a música mudará e que a forma de aproximação dos EUA na região será melhor. Mas a atenção de Washington continuará sendo dedicada ao senhor Hugo Chávez, ao petróleo venezuelano, ao México e aos irmãos Castro em Cuba. E Washington vê hoje o Brasil, especificamente, como um jogador de importância não mais regional, e sim mundial em termos econômicos. Mas em termos de política externa, as prioridades deste governo serão o Oriente Médio e o Sudeste Asiático. Lá estão as maiores ameaças aos interesses norte-americanos, não na China, na Rússia ou na América Latina. A histeria que se viu aqui no episódio dos contras na Nicarágua durante o governo Reagan (quando Washington financiou os grupos anti-sandinistas sob a desculpa de que se assegurava contra uma invasão nicaragüense) e que agora se repete com o mito da ameaça venezuelana não são criveis. A real ameaça à segurança dos EUA está no Oriente Médio e no Sudeste Asiático.

Exatamente por isso a secretária de Estado Hillary Clinton foi severamente criticada por não ter ido imediatamente para o Oriente Médio, optando por enviar o ex-senador George Mitchell para representar os interesses da administração Obama na região.
Mas o fato de Mitchell ter sido designado para a região dois dias após Obama ter assumido o governo é evidência suficiente de que esta administração quer ser vista como mais focada na região do que a anterior. E eles estão. Só questiono as chances de sucesso de Mitchell. Não adianta mudar o cenário e os atores, a peça precisa melhorar como um todo. E para tanto precisaremos ser efetivos, o que não creio que será o caso.

O senhor escreveu recentemente um editorial na revista Newsweek em que dizia que os dias dos EUA como parceiro incondicional de Israel estariam chegando ao fim e que Barack Obama precisava ser mais duro com Tel-Aviv. O senhor acredita que isso já está acontecendo? Não seria uma tarefa ainda mais complicada se as pesquisas de opinião estiverem corretas e o ultra-conservador Benjamin Netanyahu assumir o poder nas eleições da semana que vem?
Sim, é possível e lhe dou dois exemplos. Em 1977, com Menachem Begim, e em 1996, com o próprio Netanyahu, ambos do linha-dura Likud, conseguimos ajudar os dois lados a de fato assinarem acordos. Não acredito que a eleição de Netanyahu significará o fim de qualquer possibilidade de paz. Mas meu argumento é bem simples: os EUA, hoje, tem uma relação especial com Israel. E esta relação, de melhores amigos, não vai mudar, ela é calcada em vários fatores que não são ligados ao processo de paz. A maioria dos norte-americanos acredita que comunga dos mesmos valores que os israelenses, que é a fundação desta relação. O que questiono é a forma desta relação, tanto durante o governo Clinton quanto o de George W. Bush, que excluiu qualquer tipo de crítica, especialmente em relação à política de colonização da Cisjordânia, de confisco de terras dos palestinos, de demolição de casas. Atos que não são, em hipótese alguma, relacionados à segurança de Israel. Os americanos querer acreditar que qualquer desejo israelense é, em princípio, um objetivo americano. Não há lógica aqui.

Não há dois países no globo em concordância absoluta...
Exato. Por isso meu chamado à nova administração, que perceba a distinção entre os interesses de Washington e Tel-Aviv. Qual será, por exemplo, o papel do governo Obama na reconstrução de Gaza? Não podemos, por conta de nossa própria legislação, enviar qualquer assistência material ao Hamas, considerado uma organização terrorista. Isso é lei, não é política externa. Seria preciso um imenso esforço para se passar uma lei no Congresso que estabelecesse uma exceção. Honestamente, a maior contribuição que os EUA podem dar, hoje, é assegurar que as entradas de Gaza, na fronteira com Israel, permaneçam abertas. Sem este simples ato, sufoca-se economicamente a Faixa de Gaza. E Israel quer usar estes postos de fronteira como elemento fundamental de barganha, para conseguir o que quer, incluindo o fim da entrada de armas pelo mercado negro.

Há mais de 20 anos o senhor vem observando o Oriente Médio. Crê que estamos no pior dos mundos hoje?
Estou especialmente preocupado com as perspectivas para um acordo de paz entre Israel e Palestina. Mas, por outro lado, creio que abriu-se uma oportunidade para um acordo entre Israel e Síria, incluindo a devolução das Colinas de Golan, o que seria um enorme impulso para a normalização das relações de Tel-Aviv com o mundo árabe. Creio que isso possa acontecer até o fim do primeiro mandato de Obama. Vai ser um processo complicadíssimo, mas poderá de fato ocorrer.

SEXTA-FEIRA 13, o filme

Estréia agora na sexta-feira a nova releitura do clássico do terror, e não é que eu me diverti pacas com a volta de Jason? Os textos que escrevi para o UOL sobre o filme já estão na rede, aqui.

Ó só:

10/02/2009 - 19h47

Diretor do novo "Sexta-Feira 13" diz que cortou o excesso de cenas de nudez

EDUARDO GRAÇA
Colaboração para o UOL, de Los Angeles (EUA)

Houve quem saísse das sessões especiais de "Sexta-Feira 13", o remake da série que tem estreia mundial nesta sexta-feira, dia 13, dizendo que se tratava de "softporn" disfarçado de filme de terror. A versão século XXI das estripulias dos jovens americanos em Crystal Lake é mesmo recheada com mais adrenalina, mais cenas de sexo, mais verborragia e mais piadinhas escatológicas. Tudo isso sem perder o gosto pelo sangue. Uma receita que tem tudo para recuperar, nas palavras do diretor alemão Marcus Nispel, o appeal da série.

Divulgação
O vilão Jason Voorhees em cena de "Sexta-Feira 13", que tem estreia mundial nesta sexta

Nispel buscava um novo projeto quando uma conversa com Michael Bay, produtor de seu remake de sucesso "O Massacre da Serra Elétrica Massacre", indicou seu novo caminho: trazer Jason Voorhees de volta à vida. Seu "Sexta-Feira 13" faz o espectador prender a respiração já nos primeiros 15 minutos de filme. A câmera veloz, o velho e bom mix de sexo, drogas e rock'n'roll e uma sucessão impressionante de mortes - cada qual mais criativa que a outra - deixará feliz o fã do bom cinema de terror.

Reconhecido por seus vídeos musicais para artistas como George Michael ("Killer/Papa Was a Rolling Stone"), Faith No More ("Small Victory") e Janet Jackson ("Runawway"), Nispel foi especialmente questionado nos EUA pela quantidade de cenas de nudez oferecidas na nova versão de "Sexta-Feira 13". Uma cena, por exemplo, mistura seios, sangue e jet-ski, e não dá para contar mais para não estragar a surpresa.

UOL: Este é o "Sexta-Feira 13" com mais seios à mostra de toda a franquia do Jason?
Nispel: Digamos que as imagens todas de nu foram feitas para o público mais familiarizado com "Sexta-Feira 13". Quando fizemos as primeiras projeções do filme, perguntamos ao público o que eles acharam, e a única coisa de que os jovens - do sexo masculino - não gostaram muito foi o excesso de peitos. Depois disso, para ser sincero, tiramos várias cenas de nudez. Mas eu, pessoalmente, posso te garantir que não gosto da combinação de sexo e violência.
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O diretor alemão Marcus Nispel durante as filmagens de "Sexta-feira 13"


UOL: Então você procurou separar as cenas?
Nispel: Exato! Digamos que não gosto de meus vegetais muito mexidos (risos). Aprecio sexo e violência, mas em doses exatas e em seus devidos lugares.

UOL: Houve uma reclamação da platéia feminina de que não há sequer uma cena de nu masculino.
Nispel: Bem, o Jared Padalecki ficou praticamente todo o tempo seminu durante as filmagens porque o calor era infernal e suas roupas ficavam muito suadas. Aí quando começávamos a filmar, ele vestia a roupa. Então, para mim, havia cenas de nu masculino também (risos)... Mas, para ser sincero, o Jared me deu um certo medo.

UOL: Como assim?
Nispel: Ele é muito alto [o galã tem 1,93cm] e musculoso. Não poderia haver uma vítima maior e mais forte do que o algoz. Então, tivemos de empilhar umas caixas de maçã aqui e acolá.

UOL: Você acha que seu "Sexta-Feira 13", com traços de "softporn", é também um comentário social de nossos tempos?
Nispel: As pessoas me dizem isso, sim. Aqui em Sexta-Feira 13 posso dizer que temos menos sangue do que em um episódio de C.S.I. E havia nudez no primeiro "Sexta-Feira 13" sim, senhor! No atual neo-conservadorismo dos EUA, talvez seja um belo tabu a se quebrar novamente, mostrando mais corpos na tela. Mas esta não foi a primeira coisa que pensei quando assinei meu contrato e nem imaginava que seria um tópico presente nas conversas com os atores e com os agentes. Não vou dizer os nomes, mas vários atores pularam fora do projeto por causa das cenas mais ousadas. Para mim é estranho, porque na Alemanha, você vê pessoas nuas na televisão, nas séries e novelas.

UOL: Você acha que o seu Sexta-Feira 13 é uma espécie de renascimento da série? Veremos sequências nos próximos anos?
Nispel: Eu, certamente, não creio que venha a dirigir uma sequência. Acho que alguém mais inovador e mais inteligente do que eu seguirá esta história. E, aqui, não estou tentando fazer um remake do "Sexta-Feira 13" original. Estou, de certa forma, fazendo um remake dos filmes que eu vi quando tinha 17 e 18 anos. Eu faço filmes, no fim das contas, para o menino de 17 ou 18 anos que existe dentro de mim.

UOL: Você tem alguma memória específica daquela época?
Nispel: Quando era adolescente, tínhamos de esperar um ano para ver os filmes que haviam sido lançados nos EUA. Mas chegavam antes, por exemplo, a música que John Williams compôs para "Guerra nas Estrelas", os sabres de luz usados pelos Jedis, o capacete de Darth Vader. Quando o filme entrava em cartaz, estávamos tão interessados que aquilo já era parte do nosso DNA. É o que gosto em uma franquia cinematográfica, é o fato de as crianças se vestirem como Jason na festa do Dia das Bruxas ou no Carnaval. E há melhores filmes, mais elaborados, que passam. "Sexta-Feira 13", como o Jason, sempre volta (risos).

10/02/2009 - 20h33

Atores Amanda Righetti e Jared Padalecki falam sobre "Sexta-feira 13"

EDUARDO GRAÇA
Colaboração para o UOL, de Los Angeles (EUA)

Para o remake de "Sexta-Feira 13", o diretor Marcus Nispel finalmente conseguiu trabalhar com Jared Padalecki, que estaria no elenco de "O Massacre da Serra Elétrica", mas acabou enrolado com seus compromissos na televisão. Depois de fazer o bom-moço Dean no seriado "Gilmore Girls", Padalecki é a estrela de uma das séries de maior sucesso atualmente na tevê americana, "Supernatural". Também um fenômeno na telinha, Amanda Righetti é a estrela de "The Mentalist", que levantou a audiência da CBS nas noites de terça-feira.


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Jared Padalecki e Amanda Righetti em cena de "Sexta-Feira 13", que estreia nesta semana

Em "Sexta-Feira 13", os dois são os irmãos Clay - um selvagem da motocicleta versão horror movie - e Whitney, que desapareceu há seis semanas nas imediações de Crystal Lake. O enredo não difere muito dos outros filmes da safra de Jason produzidos originalmente por Sean Cunningham (mais uma vez assinando a produção, ao lado de Michael Bay, Andrew Form e Brad Fuller, o trio por detrás de "O Massacre da Serra Elétrica" e "Terror em Amytiville"): jovens à beira da fogueira contando histórias arrepiantes que acabam virando realidade.

Padalecki e Righetti conversaram com o UOL sobre a volta dos bons tempos do terror e suas carreiras. Os melhores trechos seguem abaixo:

UOL: O que fez vocês decidirem embarcar em uma das mais famosas marcas de terror de Hollywood?
Jared: Sou um fã ardoroso de remakes bem-feitos, como "O Massacre da Serra Elétrica". E sempre quis fazer um dos filmes produzidos por Bay, Form e Fuller. Gosto do tratamento de luxo que eles dão aos velhos e bons clássicos. E também vi todos os "Sexta-Feira 13" na minha adolescência, é, sem exagero, meu franchise de terror favorito.
Amanda: Para você ter idéia de meu envolvimento, estou produzindo meu primeiro filme, e é um de terror. Adoro! Trata-se de um filme de terror de surfe. E se tudo der certo, começaremos as filmagens em junho.

UOL: Os fãs de Sexta-Feira 13 são rigorosos, há dezenas de fóruns na internet dedicados ao filme. Isso os deixou preocupados?
Jared: Eu diria que filmar "Sexta-Feira 13" foi 50% excitante e 50% frio na barriga. De nervosismo mesmo, de pensar "mas o que é que os fãs vão achar de nosso filme". Não queria aquela reação: "mas como é que eles ousaram fazer isso", sabe?
Amanda: Acho que o resultado final vai ser excelente para todo o elenco. "Sexta-Feira 13" é uma enorme oportunidade, um showcase mesmo para a gente. Fico extremamente eufórica porque se trata de um lançamento mundial. No dia 13 de fevereiro, sexta-feira, estará nos cinemas do mundo todo. O quão raro é isso?

UOL: Vocês, como se diz no Brasil, "comem o pão que o diabo amassou" durante o filme. Vocês tiveram alguma cena mais escabrosa?
Jared: Algumas cenas foram bem complicadas, mas a mais difícil talvez tenha sido a da luta em cima do ônibus abandonado. Usávamos calças muito justas, sapatos que apertavam, e acabei ficando com roxos, arranhados e concussões leves, mas o Derek Mears, que faz o Jason, me ajudou muito. Sempre que eu caía, ele me levantava e seguíamos em frente.
Amanda: A velocidade das filmagens foi impressionante. Digamos que foi uma agenda de filmagem bem ambiciosa (risos). Não filmamos mais do que dois takes de cada cena. Ou seja, havia a pressão de fazer bem já de cara.

UOL: Vocês fazem televisão sem parar. É coincidência encabeçarem o elenco do novo "Sexta-Feira 13"?
Amanda: A exposição, na tevê, é absurda. E, claro, o estúdio precisa que o público tenha chamarizes para ver o filme.